“Bate-boca” entre prefeito e deputado federal viraliza nas redes sociais em Itu
As redes sociais em Itu só falaram de uma coisa nesta segunda-feira (03): o “bate-boca” entre o prefeito Guilherme Gazzola (PL) e o deputado federal Herculano Passos (MDB), ocorrido no terceiro andar do Paço Municipal. Diversas postagens foram realizadas em perfis e páginas (seja de política ou de humor) a respeito do desentendimento entre os dois.
Tudo começou quando, logo pela manhã, uma comitiva formada por Herculano, o deputado estadual Rodrigo Moraes (DEM) e o vereador José Galvão (DEM) – todos de oposição ao atual governo municipal – foram à Prefeitura protocolar um abaixo-assinado pedindo a reabertura de templos religiosos na cidade – leia mais abaixo.
Porém, ao invés de irem ao setor de protocolos (que fica localizado no andar térreo do prédio), os três, acompanhados de assessores, se dirigiram ao gabinete do prefeito, que os recebeu com uma cobrança: “O Herculano veio aqui para devolver os R$ 55 milhões que ele deve para a Prefeitura”, afirmou o prefeito em vídeo gravado por assessores e que logo ganharam a internet.
O valor refere-se aos bens bloqueados pela Justiça de Itu em duas ações de improbidade administrativa que correm contra o deputado, que foi prefeito de Itu entre 2005 e 2012. Em uma delas, a juíza Karla Peregrino Sotilo determinou a indisponibilidade de bens até o valor de cerca de R$ 43 milhões. Na outra, a juíza Andrea Leme Luchini bloqueou quase R$ 13 milhões.
As ações, noticiadas em maio pelo JP, referem-se, respectivamente, a um contrato que teria sido feito sem licitação com a empresa EPPO Ambiental e outro com a Empresa Ituana de Gestão Imobiliária para a instalação de um pavilhão de eventos no Distrito Industrial, que nunca saiu do papel. Em ambas as ações, que foram movidas pela municipalidade, Herculano defendeu-se e disse que tinham “objetivos políticos”.
O deputado rebateu o prefeito e disse que “não deve nada para a Prefeitura”. “Você que inventou isso”, dizia ele, enquanto Gazzola afirmava que o adversário teria sido condenado. O prefeito chamou a comitiva para a sala de reuniões do gabinete, onde os opositores comunicaram que estavam lá para protocolar o abaixo-assinado.
Mas o estranhamento entre Gazzola e Herculano perdurou. “Vai pagar hoje?”, questionava o prefeito ao deputado, que reafirmava não ter sido condenado a nada. “Esse cara está tratando a gente como criança”, dizia o parlamentar federal. “Não devo nada para ninguém, rapaz”.
Os ânimos acirraram mais ainda e os assessores de Herculano o afastaram do prefeito, que pedia à sua equipe a emissão de uma guia para o pagamento do valor. O bate-boca seguiu pelo corredor. “Você é um retardado, rapaz”, disse o deputado a Gazzola, que quase saíram em vias de fato. A discussão durou cerca de cinco minutos.
Logo após o entrevero, a comitiva foi até o setor competente para protocolar o abaixo-assinado pedindo a reabertura dos templos religiosos. Em frente ao local, os parlamentares gravaram um novo vídeo, divulgado nas redes sociais. Nele, Galvão diz que os três foram “desrespeitados” pelo prefeito. Já Herculano disse que foram “agredidos verbalmente”.
Reabertura
A reabertura das igrejas é uma demanda, principalmente, de pastores evangélicos da cidade. Segundo os parlamentares, o abaixo-assinado conta com 1,5 mil assinaturas de fiéis. A volta dos cultos e missas presenciais vem sendo amplamente debatida. Na Câmara Municipal, José Galvão protocolou um projeto de lei para tornar essenciais as cerimônias religiosas mesmo durante situações de crise como a pandemia de Covid-19.
Porém, o PL, que é justificado pelo decreto federal 10.282/2020 editado pelo presidente Jair Bolsonaro, recebeu parecer contrário do Diretor Jurídico e Legislativo Eduardo Luís Iarussi, que constatou vício de legalidade. No parecer, o advogado destaca opiniões de diversos líderes religiosos, de diversas denominações, que são contrários a reabertura dos templos neste momento.
Nas redes sociais, houve quem defendesse a reabertura, mas muitos também se posicionaram de forma contrária. “Pedido altamente necessário num momento como o atual”, justificou uma defensora do pedido. “Não precisa de igreja aberta para louvar e orar a Deus. A igreja é você”, afirmou uma contra.
O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS:
Em nota, o deputado Herculano Passos disse que sofreu “acusações inverídicas” e que a intenção do prefeito “era produzir um fato com fins eleitoreiros”. “O deputado federal Herculano Passos se solidariza com as pessoas que sempre tiveram conforto espiritual congregando junto às suas comunidades religiosas e que estão impedidas de fazê-lo, por uma decisão autoritária do atual prefeito de Itu”, informa a nota oficial.
Já o prefeito Guilherme Gazzola declarou que a visita “não anunciada e abrupta” foi considerada “estranha”, já que o parlamentar conhece setor correto para tal procedimento. “Entretanto, o chefe do Executivo, diante da presença do deputado, aproveitou a oportunidade para indagá-lo acerca da restituição de aproximadamente R$ 55 milhões aos cofres municipais, estipulada em decisões judiciais”.
Que coisa incomoda par o povo resolver na proxima eleicao !!!
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