Câncer de mama: feridas cicatrizam, lembranças permanecem

Eliana Marques, de 64 anos, venceu o câncer de mama (Foto: Victor Costa/Divulgação)

Eliana Marques, de 64 anos, venceu o câncer de mama. Apesar de ter passado por todas as dificuldades e incertezas que a doença traz, hoje carrega consigo muitos ensinamentos e o principal deles é a prevenção. Leia a entrevista completa para conhecer essa história de superação, que pode ajudar outras mulheres que estão passando pelas tribulações do tratamento.

Conte sobre o seu diagnóstico. Como foi descobrir que tinha câncer de mama e como você reagiu inicialmente?

Em 2005, numa consulta de rotina, descobri que estava com câncer. Foi o momento mais difícil da minha vida, medo do desconhecido, momentos de dúvidas, sobre como ficaria após a cirurgia e até mesmo quanto tempo ainda teria de vida. Precisei fazer a mastectomia das duas mamas. O tempo todo é difícil, a começar pela quimioterapia.

O câncer de mama pode ser um processo longo e desafiador. Como você manteve sua positividade e esperança durante o tratamento?

O que mais me preocupava era não ter a certeza se ia dar tudo certo, mas minha maior força foi a fé em Deus e a vontade de viver para ver o futuro dos meus filhos. Parei de pensar no amanhã e comecei a viver o hoje, com Deus no controle.

O apoio da família e amigos é fundamental durante uma jornada como essa. Como eles influenciaram a sua recuperação?

Minha família foi imprescindível para encarar bem o diagnóstico e o tratamento, sempre estiveram presentes. Eles foram força extra de que precisava.

Quais foram as estratégias que você adotou para lidar com os efeitos colaterais do tratamento?

A vaidade é abalada, perder os cabelos foi difícil… e ainda mais as duas mamas, mas era preciso seguir para se obter a cura, então procurei viver com isso de uma forma resignada.

Além do “Outubro Rosa”, como você acha que podemos continuar a promover a conscientização sobre o câncer de mama ao longo do ano?

Não deixem de realizar exames de rotina como ultrassom de mama e mamografia, pois são de extrema importância para um diagnóstico precoce da doença, aumentando as chances de cura.

Como sua perspectiva sobre a vida e a saúde mudou após a experiência com o câncer de mama?

Ter câncer não é uma experiência que pode ser esquecida. Todos os momentos de sofrimento mudaram a minha percepção da vida, principalmente, a forma como lido com os problemas e vivências do dia a dia, com aqueles que amo.

Para outras pessoas que estão enfrentando o câncer de mama agora, qual conselho você daria?

O conselho que eu daria é: não desista. Assim como eu venci, vocês também vencerão. Sejam fortes, tenham fé e autoestima. Quando olhar para as cicatrizes no seu seio, não veja a doença, e sim a possibilidade da cura.

Você teve algum momento particularmente inspirador ou motivador durante a sua jornada que gostaria de compartilhar?

A minha maior motivação foram os meus filhos. Na época, o meu caçula era muito pequeno, e a única coisa que passava pela minha cabeça era que precisava lutar por eles, minha filha e meu filho.

O que a sobrevivência do câncer de mama significa para você hoje em dia? Como isso influenciou suas metas e sonhos?

Mudou completamente a minha vida. Além dos exames de rotina que preciso fazer regularmente, abriu os meus olhos sobre cuidado com a saúde e prevenção. Não é como se eu não tivesse antes, mas hoje, entendo que para alcançar todos os meus sonhos, preciso cuidar do meu corpo e da minha alma. É importante fazer todos os exames e ficar atenta às mudanças do nosso corpo, pois elas são sinais.