Cinerama: A Baleia

Brendan Fraser tem a interpretação da vida em “A Baleia” (Foto: Divulgação)

The Whale, Drama, 2022 | Direção: Darren Aronofsky | Duração: 1h57 | Classificação indicativa: 16 anos | Em cartaz nos cinemas

Um professor dá aulas on-line ensinando aos seus alunos técnicas de como escrever um bom ensaio. Sua imagem nunca aparece. A desculpa é que a webcam não funciona. Mas na verdade o professor, que se chama Charlie (brilhantemente interpretado por Brendan Fraser), quer esconder dos estudantes a obesidade mórbida que enfrenta.

Esse é o só o início de “A Baleia”, novo drama de Darren Aronofsky que leva seu protagonista ao limite. E Fraser não poderia ser a melhor escolha para o papel. Ele se entrega totalmente ao personagem, que também carrega um pouco de sua própria história, guardadas as devidas proporções.

Conhecido por seu trabalho em “A Múmia”, o ator se despe de qualquer vaidade e nos brinda com uma atuação visceral de um homem que se rendeu completamente após os traumas que enfrentou. Mas isso não exime “A Baleia” de problemas. O roteiro verborrágico de Samuel D. Hunter (que adapta uma peça teatral de sua própria autoria), a atuação fora de tom de Sadie Sink (que vive a filha de Charlie, com quem ele quer se reaproximar) e o excesso de metáforas e simbolismos (alguns vazios) fazem o filme não decolar, se escorando na atuação de Fraser – e de Hong Chau, no papel da melhor amiga de Charlie.

Ambos estão excelentes, merecendo as indicações aos prêmios de melhor ator e melhor atriz coadjuvante no Oscar deste ano.  Mas “A Baleia” poderia ir mais longe.

Nota: ★★★★