Cinerama: Som da Liberdade

Atuação de Jim Caviezel beira o pieguismo em muitos momentos (Foto: Divulgação)

Sound of Freedom, Drama/Ação, 2023 | Direção: Alejandro Gómez Monteverde | Classificação indicativa: 14 anos | Duração: 2h15 | Em cartaz no Cine Plaza

Um dos mais comentados filmes do ano, “Som da Liberdade” conta a história de um agente federal estadunidense que, cansado de apenas prender os pedófilos, resolve ir para as trincheiras para combater o tráfico internacional de crianças e adolescentes que fornece a “matéria-prima” desses abusadores.

Esse é um tema que não é novidade, já tendo sido explorado em séries e filmes por Hollywood anteriormente. A novidade mesmo é todo o “entorno” da produção, que foi permeada por narrativas políticas. Mas deixarei isso de lado. O fato é que o filme tropeça em seu próprio discurso. Tenta negar que o foco seja a história do agente vivido por Jim Caviezel, sendo que a todo tempo tem como missão engrandecer os feitos dele – que é pintado a todo tempo como um “servo de Deus” com um grande propósito.

Com isso, temos um roteiro fraco, repleto de maniqueísmo e diálogos forçados. A produção em si, apesar de tirar leite de pedra com o orçamento que teve, não encanta. Fora que apela o tempo todo para a fotografia amarelada quando os cenários são países latinos. Clichê e preconceituoso demais. A atuação de Caviezel beira o pieguismo e o restante do elenco nem é digno de nota – os meninos hondurenhos sequestrados até que mandam bem.

A despeito de tudo que envolve a obra, “Som da Liberdade” é um filme que trata de um tema pesado de forma até consciente, mas que passaria totalmente despercebido (incluindo pelos seus fãs e defensores) não fosse pelas polêmicas.

Nota: ★★