Cinerama: Uma Família Feliz
Thriller/Drama, 2023 | Direção: José Eduardo Belmonte | Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 1h56 | Estreia nesta quinta-feira nos cinemas
Chega aos cinemas nesta quinta-feira (04) o suspense “Uma Família Feliz”, dirigido por José Eduardo Belmonte e que traz Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini nos papéis principais. O filme tem roteiro do escritor Raphael Montes (autor do livro “Bom dia, Verônica”, que virou série da Netflix), que também faz seu primeiro trabalho como assistente de direção.
No filme, Grazi interpreta Eva, uma mulher acabou de dar à luz o seu terceiro filho e se depara com a angústia da depressão pós-parto em meio a uma vida supostamente perfeita ao lado do marido, Vicente (Gianecchini), e das filhas gêmeas.
O ar tranquilo dessa família feliz é invadido por acontecimentos estranhos quando as meninas aparecem machucadas. Eva, então, é acusada e retaliada pelos demais moradores do condomínio onde vivem. Isolada e questionada por seu próprio marido, ela precisa superar sua fragilidade para provar sua inocência e reestruturar sua família.
O filme é bastante eficiente em mostrar o trauma que o parto pode trazer para uma mulher, além de tratar de forma bem interessante a era da “cultura do cancelamento” que vivemos atualmente. Grazi Massafera está ótima no papel de Eva, que aos poucos vai revelando suas dores através de uma atuação visceral. Gianecchini também manda bem quando o filme exige, enquanto o elenco de apoio é apenas razoável.
O grande problema de “Uma Família Feliz” está no segundo ato, quando a direção de Belmonte dá uma escorregada e fica bem difícil manter a atenção do espectador. Mas o foco volta no terceiro ato, que conta com uma interessante reviravolta (ou plot twist, como dizem os estadunidenses).
Outro porém fica na pressa em algumas cenas. O autor, que paralelamente à produção do filme escreveu o livro homônimo (que rapidamente chegou à lista dos mais vendidos), comentou que as obras “se completam”, quando na verdade deveriam funcionar de forma independente. Na minha visão, Montes não conseguiu alinhavar o roteiro cinematográfico da melhor forma.
De modo geral, o filme é uma interessante aposta no gênero de suspense, que acaba ficando de escanteio no cinema nacional, e conta com temas profundos e merecedores de debate, além de uma atuação incrível de Grazi Massafera. Vale a pena conferir.