Documentário “Laroyê Esù” explora resistência das religiões de Matrizes Africanas no interior

Por meio de entrevistas e narrativas, o projeto dará voz àqueles que durante muito tempo foram marginalizados e invisibilizados (Foto: Divulgação)

O documentário “Laroyê Esù – A Resistência do Culto aos Orixás na Roma Brasileira” está sendo desenvolvido em Itu, com o intuito de explorar a história e a resistência das religiões de matrizes africanas no interior paulista. Por meio de entrevistas e narrativas, o projeto dará voz àqueles que durante muito tempo foram marginalizados e invisibilizados.

Os produtores do filme, aprovado pela Lei Paulo Gustavo em Itu,destacam a importância de lembrar que, mesmo diante de uma predominância católica, o interior foi construído pelas mãos dos escravizados que tiveram que esconder sua fé sob a égide da religião cristã. Enquanto a capital de São Paulo possui um Museu Afro, o interior nega sua existência e subjetividade.

Itu, conhecida como a “Roma Brasileira”, foi escolhida como local ideal para base do estudo e criação do roteiro, buscando traçar um contraponto com a hegemonia católica presente na cidade. Por diversas ações, o projeto pretende enaltecer a ancestralidade do povo afro-brasileiro e desmistificar a demonização de sua fé.

O documentário contará com a participação de figuras como Jaqueline do Espírito Santo, ativista pelos direitos humanos e embaixatriz do Projeto Dignidade Trans, Pai Tiago de Odé – Egbé Omo Orisa Ode Tobi, Mãe Débora da Tenda de Umbanda Pai Oxalá e Mãe Oxum, Pai Antonio de Odé do Templo Sagrado de Oxum e Oxossi, Mãe Maria Lúcia Almeida do Templo Sagrado de Obaluaê e casa do Sr. Zé Pilintra, Mãe Elizete – Ilê Asé Oyá Tundê Lònan, Pai Everaldo – Ilê Asé Alaketu Olofim At, Ayê, Mãe Dete Cassu do Terreiro de Umbanda Sebastião Boiadeiro e Caboclo Montanha, Mãe Nanci Hayashi – Yle Aṣẹ Ọmọ Ọṣun!, Pai Paulinho e Pai Roni da Tenda de Umbanda Caboclo Sete Cachoeira e Iansã de Balé.

Previsto para ser exibido em cidades da região, o projeto também inclui ações de contrapartida obrigatórias, como exibição gratuita do documentário, distribuição de material de combate ao Racismo Religioso, divulgação da marca do governo, entre outros. Adicionalmente, serão realizadas exibições seguidas de rodas de bate-papo, explorando pautas das religiões de matrizes africanas em contraponto ao preconceito existente no interior paulista.

Ainda de acordo com os produtores, o documentário busca não apenas contar uma história, mas resgatar memórias, enaltecer tradições e promover o respeito à diversidade religiosa. Para mais informações sobre o projeto, entre em contato com a Associação Amigos da Diversidade através do Instagram (www.instagram.com/amigosdadiversidadesp).