Dr. Renato Koga explica por que se candidatou a deputado federal

Há 15 anos trabalhando como cardiologista no Hospital São Camilo (onde é diretor), Dr. Renato Koga Cerqueira, 42 anos, resolveu entrar na política. Mais precisamente concorrer ao cargo de deputado federal nas eleições deste ano. Em recente entrevista ao Periscópio, o médico explicou os motivos que o levaram a participar do pleito e expôs a situação da Santa Casa ituana.

Um dos responsáveis pela implantação da equipe multidisciplinar de cardiologia (heart team) e o centro de diagnóstico (um dos mais avançados do País), Dr. Renato foi vendo vários serviços fechar. “A gente perdeu a UTI de queimados, o setor de pediatria. A UTI de queimados foi absurdo, era referência na América Latina”, lamenta, relembrando também o fechamento do Pronto Socorro.

“A ‘porrada’ maior foi quando a cardiologia teve que acabar. E acabou no SUS, porque no particular e convênio continua muito bem, obrigado”, aponta. “Se eu fiz o meu nome com médico, eu fiz no SUS”, prossegue, recordando que o Hospital sofreu muitos ataques – principalmente de políticos. “As pessoas que mais tinha que ajudar a gente eram as que mais estavam batendo”.

Sem ‘poder de ação’ e vendo o SUS gerar uma grande dívida ao Hospital, Dr. Koga resolveu ‘ir para cima’. “Eu tive que entrar para a política. Não tinha outra saída. Era a única forma que eu tinha de ajudar meu Hospital e meus pacientes. E de certa forma funcionou, porque o respeito veio”, disse ao JP.

O médico esteve no começo do ano com o governador Márcio França (PSB), com quem foi muito bem recebido, e se filiou ao seu partido. “O meu intuito talvez não seja o de me eleger, porque eu sei que sou novo, mas agora as pessoas me ouvem”, declarou. “Hoje eu posso pegar o telefone e ligar para o governador, ele sabe que eu existo”.

Sem prometer a volta do Pronto Socorro, Koga ainda crê no retorno da cardiologia. “Foi um fechamento traumático pela confusão que aconteceu, mas não foi um fechamento brutal dentro da instituição. Foi conversado”, ponderou o candidato. “Se eu conseguir trazer de volta os recursos para o Hospital, eu consigo transformar em um hospital bom”.

Koga não sabe se vai continuar na política após essa eleição, mas acredita que conseguiu o que queria: ser ouvido. “Eu pretendo ver o que vai acontecer agora, depois respirar uns quatro meses. Mas eu acho que foi uma experiência boa”. Emocionado, o candidato finaliza dizendo que o “ser humano tem que olhar para si um pouco e entender que está tudo errado”.