Eleições já começam a movimentar Itu
Faltam 85 dias para as eleições, mas o pleito já agita os bastidores da política nacional, estadual e também municipal. Em Itu, a “briga” maior é com relação à disputa do Governo do Estado de São Paulo. Neste ano, os eleitores paulistas escolherão, além do governador, presidente, senador (apenas uma cadeira), 70 deputados federais e 94 estaduais.
O primeiro turno está marcado para acontecer no dia 2 de outubro, enquanto o segundo (se houver) irá ocorrer no dia 30 do mesmo mês. Se no cenário macro a polarização é grande, com o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), dividindo opiniões, em nosso município também há muita divisão em relação ao futuro governador.
Isso porque os dois principais grupos políticos da cidade, do prefeito Guilherme Gazzola (PL) e do deputado federal Herculano Passos (Republicanos-SP), escolheram lados distintos para apoiar nesta eleição. O grupo de Gazzola segue firme no apoio ao atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), enquanto o ex-prefeito defende a candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, de seu partido.
Gazzola vem destacando os investimentos e recursos trazidos por Rodrigo Garcia – que era vice do ex-governador João Doria (PSDB). Na eleição de 2018, o prefeito apoiou Doria de forma mais discreta e concentrou sua campanha ao então candidato tucano a presidente, o ex-governador Geraldo Alckmin – hoje no PSB e candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
“Rodrigo vem se destacando pela parceria efetiva junto aos municípios, não só no aporte de recursos financeiros, como no incentivo aos projetos de desenvolvimento para geração de emprego e fortalecimento da infraestrutura. Somente para Itu, são quase R$ 200 milhões prospectados para obras em várias frentes, como educação, saúde, turismo, pavimentação, habitação e saneamento. Além disso, ele representa uma chance de pacificação no cenário político, tão divido frente à polarização. Resumindo, não dá pra ser outro”, disse Gazzola ao JP.
Já Herculano apoiou seu então colega de partido Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno do pleito. No segundo, com o presidente da Fiesp não ficando entre os dois mais votados, apoiou o ex-governador Márcio França (PSB), que acabou derrotado por Doria. Após a vitória do tucano, chegou a apoiá-lo, mas afastou-se a medida que se aproximou do presidente Bolsonaro – tendo sido vice-líder do governo federal na Câmara dos Deputados.
“Acompanhei de perto o trabalho do pré-candidato Tarcísio quando esteve à frente do Ministério da Infraestrutura. Inclusive, quando fui coordenador da Bancada Paulista do Congresso Nacional, vários deputados solicitavam minha mediação para agendamentos com o ministro. Participei de inúmeras reuniões entre ele e os deputados, e pude ver de perto sua capacidade técnica e seu empenho para o atendimento das demandas”, disse o deputado ao JP.
Herculano aponta que, desde que ingressou ao Republicanos, tem conversado frequentemente com o Tarcísio e participado de eventos. “Avalio que ao lado dele estamos construindo as melhores propostas para uma grande transformação econômica, social e política do nosso Estado, que irá resultar em geração de emprego, trabalho e renda, com mais Segurança, Saúde, Educação e Justiça Social para o povo paulista”.
Haddad lidera
Apesar de as principais forças políticas da cidade apoiarem Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas, quem lidera as pesquisas de intenção de voto é o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que foi candidato a presidente em 2018 e derrotado por Bolsonaro. Em Itu, nenhum político com mandato manifesta apoio ao petista, apenas o ex-candidato a prefeito Prof. Anderson Silva, seu correligionário.
De acordo com pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, Haddad tem 34% das intenções de voto em um cenário sem o ex-governador Márcio França, que deverá apoiá-lo e concorrer ao Senado. Tarcísio e Rodrigo estão empatados com 13%. Gabriel Colombo (PCB) tem 3%, Felício Ramuth (PDT), 2%, e Altino Júnior (PSTU), 2%. Os demais não passaram de 1%.
A pesquisa ouviu 1.806 pessoas entre os dias 28 e 30 de junho em 61 cidades paulistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-02523/2022.
Nem Herculano, nem Gazzola.
É Haddad.