Em Itu, autores de ameaças de ataques em escolas, são identificados pela Civil
Na edição de quarta-feira (12), o Periscópio noticiou a respeito da mobilização das Forças de Segurança do município, após a circulação por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens, sobre ameaças de ataques a escolas.
A circulação das mensagens ocorreu por todo o país, no início da semana, causando pânico em pais, alunos, professores e funcionário das instituições de ensino.
Na mesma quarta-feira, a Polícia Militar foi acionada em uma escola da cidade de Itu, após um aluno de 12 anos de idade ser flagrado com uma faca em seu material escolar. O nome da instituição não foi divulgado pelas autoridades.
O adolescente teria sido primeiramente denunciado por colegas de sala para a direção da instituição.
Durante a averiguação da situação, o menor teria negado que portava o objeto, dizendo que se tratava apenas de uma brincadeira de seus amigos, porém posteriormente a faca foi encontrada no meio de um de seus cadernos, com as autoridades então sendo acionadas.
Os pais do adolescente foram chamados e após a elaboração de um boletim de ocorrência, na Delegacia Central, o menor foi liberado. A faca permaneceu apreendida.
De acordo com o apurado pela reportagem do Periscópio, o adolescente teria levado a faca para a escola para “se defender de um possível ataque”.
Ao JP, a Polícia Civil destacou que além de todo o reforço policial que está sendo realizado, é importante para a manutenção da segurança, que os pais se atentem, conversem com seus filhos em casa, monitorem seus celulares, vejam suas mochilas antes de sair para a escola.
Na quinta-feira (13), em novo contato com a Polícia Civil, o Periscópio foi informado que foram descobertas as autorias de ameaças em diferentes escolas do município. Porém, como as ocorrências envolvem adolescentes infratores, seguem em sigilo de Justiça.
As autoridades explicam ainda que os boletins de ocorrência referentes as ameaças foram registrados, apurados e encaminhados para a Justiça.
Manifestação
Na tarde de quarta-feira, mães de estudantes de escolas da rede municipal e estadual de Itu, realizaram uma manifestação, na Praça da Matriz, no Centro, pedindo por mais segurança nas instituições de ensino.
Vivian Paula Bezerra Zachi, mãe de uma menina de 6 anos, aluna da Creche/EMEI “Prof. Mário Macedo Júnior” comentou ao Periscópio. “O meu medo é que todo esse boato [de ameaças] seja verdade. Dá medo das crianças começarem a andar com faca para se proteger, pois fica um pânico”.
“Eu me sentiria mais em paz se tivesse um policiamento integral na frente da escola”, acrescenta Vivian.
Mãe de um estudante de 13 anos da Escola Estadual Profª “Rosa Maria Madeira Marques Freire e de um aluno de 6 anos da EMEF Francisco Ursaia, Leila Maria Correa desabafa. “Estou muito apreensiva. Ontem [dia 12 de abril] eu não mandei os dois pra escola. Hoje eu mandei. A gente está aqui na praça pra ver se consegue uma maior segurança dentro e fora da escola”.
Segundo o apurado pela reportagem do Periscópio, as mães estão programando uma nova manifestação para terça-feira (18), às 16h, na Câmara Municipal.
Botão de Emergência
Na última quarta-feira (12), a Prefeitura anunciou que através do Cartão Cidadão será possível implementar mais uma medida de segurança na cidade de Itu.
Com acesso por meio deste aplicativo, diretores e gestores de unidades escolares de Itu passarão a contar com o botão de emergência. A novidade faz parte do conjunto de ações para reforço na segurança das escolas ituanas, motivadas após uma série de episódios violentos registrados em outras cidades brasileiras.
O botão de emergência é geolocalizado e fará ligação direta com a Guarda Civil Municipal que, após o chamado, chegará ao local em questão de minutos. Inicialmente, o botão de emergência é franqueado às escolas da Rede Municipal de Ensino.
Entretanto, dentro de um prazo estimado de 20 dias, o recurso será oferecido às escolas estaduais e particulares que, em havendo interesse, serão orientadas pela Prefeitura sobre como proceder para ativar o recurso aos seus profissionais.
Mais ações
Na última quinta-feira (13), o Governo do Estado de São Paulo, anunciou um pacote com políticas públicas para ampliar a segurança da comunidade escolar em todo o território paulista.
No âmbito da Secretaria da Educação do Estado, serão R$ 240 milhões investidos para contratação de 550 psicólogos e 1.000 seguranças privados para atuação nas escolas estaduais, além da ampliação do número de professores com horas exclusivas para lidar com questões de convivência e atualização da Plataforma Conviva – Placon, local para registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.
“As medidas são resultado de uma ampla pesquisa que fizemos com os profissionais da educação, em uma construção conjunta para a definição de estratégias que contribuam para um melhor ambiente escolar. São ferramentas importantes para que os professores exerçam seu papel com tranquilidade e os pais possam ter segurança com relação as nossas escolas”, destacou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante o anúncio.
Psicólogos
A nova contratação do programa Psicólogos na Educação já está em andamento com previsão de conclusão em até 180 dias, em um investimento de R$ 56 milhões. O atendimento que antes era remoto agora será presencial. Os psicólogos ficarão nas 91 Diretorias de Ensino e vão atuar, cada um, em até 10 escolas por semana presencialmente, com pelo menos 600 mil horas de atendimento.
Segurança Privada
Os seguranças representam investimento de R$ 60 milhões. Os profissionais serão alocados em regiões mais vulneráveis, a serem definidas pela Seduc-SP junto a equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP).
Conviva SP
Dentro do Conviva, 5 mil professores, um por escola, terão jornada de 10 horas semanais exclusivas para disseminar ações do programa em suas escolas. Este período de trabalho representa R$ 120 milhões. Por fim, o novo aplicativo da Placon vai contar com informações integradas da Educação, Segurança Pública, Justiça e Saúde sobre os alunos.
“Os 5 mil professores de convivência farão a primeira abordagem aos alunos, com um olhar para o acolhimento e a saúde mental. Além disso, os psicólogos darão uma assistência especializada, auxiliando os professores e alunos com todo o suporte necessário, explicou o secretário de Estado da Educação, Renato Feder.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), por sua vez, irá criar um botão de acionamento prioritário para escolas, intensificar o policiamento nas unidades, aumentar as vagas da Dejem Escolar e contratar policiais aposentados para coordenar o programa Segurança Escolar.
Segurança
Para dar prioridade a ocorrências que envolvam a comunidade escolar, será criado o botão Segurança Escolar, dentro do aplicativo 190 da Polícia Militar. Ou seja, todos os casos acionados por meio dele terão preferência no despacho de viatura, assim como já é feito com o aplicativo SOS Mulher.
Além disso, o policiamento nos entornos das escolas também será reforçado pelas companhias das áreas, que elaborarão estratégias de rondas. Já o programa Ronda Escolar, que atualmente conta com cerca de 600 policiais diariamente nas ruas, será ampliado por meio da Dejem Escolar.
Projeto de Lei
Uma outra iniciativa é a criação do programa Segurança Escolar, que vai colocar de forma permanente um policial em cada escola. A ideia é recontratar os agentes de segurança já aposentados para assumir a função de gestores do programa. A Secretaria de Segurança Pública do Estado já elaborou o plano. Agora, um projeto de lei será apresentado para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo executivo, para que esse tipo de contratação seja permitida.