Espaço Acadil: O Ópio do Poder

Guilherme Del Campo
Cadeira  nº 11 I Patrono Mario de Andrade

Que fenômeno é esse que acomete aqueles que detêm o Poder? Que fascínio exerce esse Poder? Seja na política, na administração pública ou privada. Aqueles que são alçados aos mais altos cargos e se postam “de penacho”, como se diz, agarram-se ferozmente ao osso e não o largam, sob hipótese alguma. Querem e pretendem se perpetuar no Poder e isso fica a cada dia mais evidente.

Vejam o exemplo de Donald Trump nos EUA, pregando a ocorrência de uma fraude nas eleições americanas e incitando a invasão do Congresso, apenas para não deixar o supremo cargo; os anos seguidos no poder de Vladimir Putin na Rússia; Benjamin Netanyahu em Israel (deposto) queria se eternizar e Nicolás Maduro na Venezuela agarra-se à tirania e ao chavismo para não ser substituído.

Aqui, quando da renovação dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, assistimos a uma verdadeira guerra entre os candidatos e aliados contra a oposição.

O exemplo mais grotesco e até curioso é o desespero do nosso Capitão Cloroquina que vive angustiado temendo perder a presidência e luta desesperadamente para não perder o mandato.

E o que dizer do demiurgo de Garanhuns que não vê a hora de sentar-se novamente no trono com a coroa na cabeça e cetro nas mãos, apostando na tênue memória do povo.

Certo filósofo disse-me uma vez que são três coisas que movem o mundo: o Poder, o Dinheiro e a Mulher.

O Poder, como vimos, é inebriante, é um ópio que entorpece o raciocínio e uma vez conquistado fica difícil pensar sem deixá-lo. Chegam a se expor ao ridículo através de atitudes impensadas ou grotescas, objeto de piadas dos seus conterrâneos.

O Dinheiro é o denominador comum que também inebria aqueles que o amam. Ter Dinheiro significa ter tudo ou quase tudo. Dizem que o Dinheiro traz felicidade ou no mínimo manda buscá-la. Vejam o desespero dos usurários ou de um agiota quando sofre alguma perda monetária.

A Mulher, entenda-se as paixões devastadoras, causadas pela sua beleza, suas curvas sensuais e o poder de sedução que atormentam o coração dos homens. Quantas guerras não foram travadas para conquistar-se, ao menos uma delas e a história conta-nos vários episódios. A famosa Guerra de Tróia, da mitologia grega. A bela Helena foi raptada por Páris e levada para Tróia. O resto nós já sabemos. No Egito Marco Antônio, ao deparar-se com a beleza e com amores intensos por Cleópatra, caiu de quatro.

Para manter o “status quo”, quem detém o poder aceita suborno, falcatruas, recebe propinas, faz conchavos vergonhosos e se envereda por trilhas pautadas por desonestidades sem fim. Para se manter no Poder é necessário dar um golpe nos direitos constituídos ou decretar uma ditadura, mesmo ceifando milhares de conterrâneos e desgraçando um povo honesto e ordeiro que defende a democracia.

Esse é o ópio do Poder.