Estudante cria “geofiltros” para a cidade de Itu no aplicativo Snapchat

As duas primeiras artes em homenagem ao município foram desenvolvidas pela estudante de arquitetura e ituana Helena Simões

Helena

Por Ana Luísa Tomba

Aquela história de que tudo aquilo que está na internet se eterniza já virou balela. Uma recente pesquisa feita pela Comscore, empresa especializada em análise de dados, mostrou que o Snapchat já é a terceira rede social mais acessada entre os indivíduos que possuem entre 18 e 34 anos. O aplicativo fica atrás somente do Facebook, com 75,6%, e do Instagram, com 43,1%.

O aplicativo Snapchat, muitas vezes definido como uma “rede social”, veio para provar que efemeridade também pode ser moda. Com várias funções, que envolvem essencialmente fotos e vídeos registrados instantaneamente, o “Snap” possui, como uma de suas ferramentas, a possibilidade de utilizar os chamados “filtros geográficos” ou “geofiltros” nas mídias gravadas. Geofiltros são artes desenvolvidas em programas de computador, como o Photoshop, que servem para mostrar a localização de onde a foto ou o vídeo foram registrados.

Os geofiltros começaram com cidades grandes, como Nova Iorque e São Paulo. Mas, com o tempo, essas localizações tornaram-se cada vez mais específicas. Ao ir para São Paulo, por exemplo, é possível encontrar mais de três artes transformadas em geofiltros para cada bairro.

Por isso, o interior não poderia ficar de fora. Essas divertidas localizações começaram a chegar a cidades menores, como Salto e Porto Feliz, rodeando o município ituano. Até que, finalmente, no último dia 19, dois geofiltros surgiram nas fotos e vídeos gravados em Itu. Desde então, cinco novos apareceram para os usuários.

Criação
Helena Simões estuda arquitetura na Unesp Bauru (SP) e, toda vez que voltava para Itu, tinha esperança de ver um geofiltro da cidade, mas nunca aparecia. Ela resolveu agir: “entrei no site do próprio Snapchat e vi as regras para que a arte virasse um geofiltro”, explica.

No entanto, não é tão fácil ter uma arte aprovada pela empresa do aplicativo. Além das várias normas com relação ao formato da imagem, é preciso de uma justificativa convincente do porquê de ter aquele filtro geográfico no aplicativo. A estudante conta que a primeira sugestão de geofiltro que mandou não foi aceita: “A primeira vez que eu fiz, era só escrito Itu. Aí, recebi um e-mail falando que infelizmente não tinha sido aceito. Mesmo assim, tentei de novo”, conta.

A estudante tinha uns esboços da Igreja Santa Rita, inspirados nos desenhos de Miltinho. “Acho interessante usar a imagem de igrejas para as cidades históricas, como Itu, e, por mais simples que a Igreja de Santa Rita seja, eu tenho um apego especial por ela”, explica. Com isso, ela criou o primeiro geofiltro. No segundo, Helena quis fazer referência à fama de “cidade dos exageros” que Itu tem.

Ela mandou as novas duas artes no último dia 10 e recebeu a aprovação cerca de uma semana depois, juntamente com um convite para desenvolver mais geofiltros tanto para a cidade como para outros lugares do mundo.

“Eu escolhi arquitetura por ser de Itu. Sempre quis retribuir com a minha carreira o que Itu fez por mim na hora de escolher meu futuro. É uma cidade muito bonita e que precisava ser um pouco mais valorizada. As pessoas acham que apenas cidades como São Paulo e Ouro Preto são importantes, e esquecem que Itu é bastante importante para a história também”, finaliza Helena.