Ex-secretário da Cultura de Salto comenta sobre o cenário político brasileiro

Marcos Pardim durante a oficina realizada no Centro de Estudos do Museu Republicano/ Foto – Daniel Nápoli

No último domingo (16), o ex-secretário de Cultura de Salto entre os anos de 2013 e 2016, Marcos Pardim, esteve em Itu, mais precisamente no auditório do Centro de Estudos do Museu Republicano “Convenção de Itu”, onde promoveu a divulgação do Edital de Pontos de Cultura, que premiará 544 ações culturais do Estado de São Paulo.

Pardim fez ao Periscópio uma análise da Cultura no Brasil atual. “É inegável que há um processo de refluxo. Estou tentando evitar um pouco o uso da palavra retrocesso, mas há um refluxo terrível. Para sermos bem justos a partir de 2011, 2012, toda a movimentação que havia em torno da cultura, vários editais, vários convênios dos Estados, os municípios com a União, tiveram um refluxo assustador. Estamos às portas talvez da eleição mais importante da história recente do País e eu espero que a gente tenha discernimento para entender por onde a gente quer caminhar”.

O ex-secretário comentou ainda sobre os perfis dos candidatos à Presidência da República quanto a área de Cultura. O tom foi de preocupação. “A gente tem candidatos que dizem abertamente que são favoráveis que se feche o Ministério da Cultura e há candidatos que entendem a cultura como essencial para que o desenvolvimento humano-social do País aconteça. Então é óbvio que incomoda, assusta, causa certo temor de que venha a ganhar as eleições aquele que entenda a Cultura como algo descartável a ponto de que não mereça um ministério”.

Demonstrando temor pelo futuro cultural brasileiro, Marcos faz ainda um apelo. “Espero que a sociedade compreenda que o País precisa caminhar, não pode retroceder. Entender que a democracia é uma construção eterna e coletiva. E que a gente não corra o risco de causar mais um trauma na democracia”, pondera. (Daniel Nápoli)