Extraordinário

Por André Roedel

O poder da gentileza, do respeito ao próximo e da família. Esse é o emocionante tripé que apoia Extraordinário, filme baseado no livro homônimo de R. J. Palacio e que chegou aos cinemas do Brasil na última quinta-feira (07). Um filme tocante, com mensagens mais que necessárias e atuações competentíssimas, complementado ainda com a direção magnífica de Stephen Chbosky – que dosa de maneira certa o drama e a comédia.

Para quem não se lembra, o diretor esteve à frente de As Vantagens de Ser Invisível – outro longa-metragem baseado em um livro, porém de sua própria autoria. As semelhanças entre as duas obras são evidentes e é impossível não compará-las, mas Extraordinário consegue ter seu brilho próprio e amolece até o coração mais duro.

Na trama, vemos a vida de August Pullman (Jacob Tremblay), ou Auggie, como ele prefere ser chamado, um menino nascido com a síndrome de Treacher-Collins, uma má formação craniofacial congênita. Operado 27 vezes, ele carrega marcas em seu rosto que o fazem ser diferente dos demais garotos.     Porém, após anos sendo educado em casa pela mãe, Isabel (Julia Roberts), ele tem de encarar uma escola regular e todos seus dilemas, como a falta de amigos e os valentões que praticam bullying. Com um roteiro simples, mas extremamente eficaz por conta de sua divisão em subcapítulos, o filme consegue mostrar não só o ponto de vista do protagonista como de quase todos a sua volta, como a irmã Via (Izabela Vidovic), que se sente preterida pelos pais – Owen Wilson interpreta o pai Nate.

Todas as situações que Auggie se mete e os aprendizados trazidos com elas são cenas de profunda emoção. O filme consegue transmitir sensações tão puras sem apelar para a manipulação emocional comum – cai no piegas em uma outra cena, mas tudo bem. Ponto para os competentes atores, principalmente Julia Roberts e o pequeno Jacob (de O Quarto de Jack), que vai se revelando um talento nato.

Por conta de sua grande qualidade e mensagens profundas e importantes, Extraordinário entra para aquele rol de filmes necessários. Aqueles que precisam ser vistos pelo menos uma vez na vida. Cada conversa entre a mãe superprotetora e o filho frustrado com os problemas que enfrenta no novo colégio é uma aula de dramaturgia, que faz o telespectador parar, analisar e refletir – e também chorar bastante.

Por isso, se você for daquelas pessoas que se emocionam fácil, leve um lenço. Eu mesmo cheguei a chorar de soluçar durante a exibição de tão lindas que são as relações da família Pullman e todos que os rodeiam. Para o final, deixo uma frase marcante dita por um professor de Auggie no filme: “Se você tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil”.

 

Nota:

 

 

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