Gente da Gente: Vicente Sampaio
A coluna “Gente da Gente” desta semana celebra o Dia da Consciência Negra, que será comemorado neste domingo (20), trazendo um pouco da história de Vicente Sampaio, presidente da UNEI (União Negra de Itu). Vicentão, como é conhecido, tem 72 anos, filho de Amadeu e Benedita, e casado com Leiuza. É pai de dois filhos e ficou órfão de pai aos oito anos de idade.
“Passei minha infância na Vila São José, em Itu, intercalando com o Centro, na Rua Santa Rita, altura da Rua 20 de Janeiro. Minhas recordações são as brincadeiras de rua: rodar pião, jogar fubeca, salão do Bom Jesus onde jogávamos futebol de salão, brincadeira no Cruzeiro do Largo de São Francisco”, recorda.
Apaixonado pelo Carnaval desde a infância, Vicente Sampaio fundou e presidiu, em 1978, a Escola de Samba “Em Cima da Hora”. Três anos após a inauguração, houve uma fusão com a escola de samba da Vila Roma e Vicente novamente presidiu a agremiação. Também esteve na presidência da Liga Ituana de Futebol (LIF) por nove anos.
“Hoje sou o atual presidente da UNEI. Este ano a entidade completa 30 anos. Eu entrei pra UNEI 10 anos depois de sua fundação, fui o primeiro presidente estatutário da UNEI. A UNEI foi uma das poucas entidades do Brasil que ganharam o projeto pra ser Ponto de Cultura. Fizemos Feira Afro, Futebol & Samba e nosso principal evento é, há 30 anos, a Missa Afro. Nosso maior objetivo é o sonho que está sendo realizado com a construção da nossa sede, com a ajuda de um empresário”, relata.
Vicentão foi agraciado, no ano passado com o Diploma e Medalha Zumbi dos Palmares, honraria entregue pela Câmara e que é destinada a pessoas que colaboram para a divulgação de vida e obra de Zumbi ou que, de alguma forma, trabalham para combater o preconceito e a segregação racial.
Segundo Vicente, uma das grandes conquistas da UNEI foi a criação, pelo poder público, da Coordenadoria da Igualdade Racial. Para ele, o Dia da Consciência Negra é um dia de muita reflexão na luta contra o racismo e todo tipo de preconceito, e serve para ter consciência que podemos avançar nesta luta. “Itu, como o Brasil, tem muito por fazer no combate do racismo estrutural. Temos que incluir o povo preto nas políticas pública. Vamos lutar para conseguir colocar representantes para que sejam nossa voz”.