Itu é referência em inspeção sanitária para produtos de origem animal
Municípios da região procuram seguir o exemplo ituano, com serviço de inspeção reconhecido em âmbito federal
A Prefeitura de Itu tem sido procurada por vários municípios que buscam obter o reconhecimento federal para seus serviços de inspeção aos produtos de alimentos de origem animal. A cidade foi pioneira no Estado e uma das primeiras do Brasil a ter seu SIM (Serviço de Inspeção Municipal) validado em todo território nacional, graças à adesão ao SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Ordem Animal). Com isso, o estabelecimento aprovado e indicado pelo SIM de Itu é certificado para vender seus produtos por todo o país.
Somente na última semana, a Prefeitura de Itu recebeu e orientou representantes de Itupeva, Sorocaba e Caraguatatuba. Em 2015, equipes de Boituva, Conchal, Franca, Itapeva, Joanópolis, Laranjal Paulista e Sorocaba vieram a Itu para a mesma finalidade. Para os próximos dias também estão previstas visitas das cidades de Araçoiaba da Serra, Bragança Paulista, Guapiaçu, Rio Claro e São José do Rio Preto.
Exemplo
Em Itu, o SIM foi criado em 2014 e sua adesão ao SISBI foi oficializada no ano seguinte. Até o momento, o órgão registrou 5 estabelecimentos e 26 produtos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, devem passar por inspeção sanitária todos os produtores de alimentos de origem animal como leite (e seus derivados), carnes, ovos, peixe e mel, que queiram comercializar seus produtos.
A avaliação leva em conta toda a cadeia produtiva, desde a origem da matéria prima até a elaboração do produto final, enfatizando princípios de higiene e sanitização dos estabelecimentos e seus equipamentos. Além de estimular os produtores locais a saírem da clandestinidade, o SIM fortalece a agricultura familiar, garante a segurança alimentar ao consumidor final e responsabilidade ambiental.
Visitas
O chefe da Divisão de Desenvolvimento Econômico, Agronegócios e Turismo da Prefeitura de Sorocaba, José Marcos Trindade, que esteve em Itu nesta semana, comentou que em visita à gestora do SISBI no Estado de São Paulo, Andréa Figueiredo Procópio de Moura, recebeu referências sobre o SIM de Itu. Segundo ele, a gestora enalteceu o trabalho do SIM de Itu e sugeriu uma visita ao local para conhecer o trabalho desenvolvido.
Além de Trindade, também participaram da visita a médica veterinária Fabiana Ribeiro e o engenheiro agrônomo Alan Teixeira da Silva. A avaliação de Trindade sobre a visita foi positiva e afirmou que a experiência proporcionou conhecimento e aprendizagem com o trabalho realizado em Itu, definido por ele como “sério e eficiente”.
A lei que dispõe sobre criação do SIM em Sorocaba data de 2010 e o município está em fase do processo de adesão ao SISBI
Certificação
A Queijaria Bonanni recebeu, em 2015, a certificação SIM e a partir de então expandiu os negócios. Hoje, além de Itu, a Queijaria Bonanni atende as cidades vizinhas de Capivari, Salto, São Roque e Sorocaba. De acordo com os proprietários Fernanda e Rodrigo Bonanni, a Queijaria também tem sido procurada por profissionais que querem representar a marca.
Fernanda argumenta que o SIM proporciona ao produtor a oportunidade de sair da clandestinidade e, com a certificação, a Queijaria Bonanni conseguiu fazer um produto com maior qualidade, uma vez que dispõe de responsável técnico que orienta desde a coleta do leite na propriedade até o produto final. A proprietária afirma que isso garante que a Queijaria Bonanni ofereça seu produto aos estabelecimentos com tranquilidade e segurança, pois o mesmo está fiscalizado e regularizado.
“Sem sombra de dúvida a Prefeitura de Itu nos deu todo suporte necessário e, se hoje somos a primeira queijaria do Estado de São Paulo a possuir o SISBI, é graças ao empenho da Prefeitura e toda a equipe do Serviço de Inspeção Municipal (SIM)”, ressalta Fernanda.
Ela afirma ainda que recomenda a outros produtores os esforços necessários para a obtenção do SIM e que os investimentos compensam, pois os benefícios são muitos como vender os produtos nos estabelecimentos comerciais com qualidade, tranquilidade e regularizado. “Sem contar que é um ciclo em cadeia onde todos são beneficiados, o produtor aumentando a produção do leite, a queijaria consequentemente gerando mais emprego e principalmente o consumidor que terá um produto de qualidade”, analisa.