Itu relembra, com tristeza, 30 anos do vendaval

Posto na Avenida Tiradentes ficou completamente destruído. Embaixo das ferragens ficaram três veículos (Foto: Arquivo/Celso Tomba)

O dia 30 de setembro de 1991 jamais será esquecido pelos ituanos. Foi o dia em que aconteceu o tornado mais forte já registrado até então no estado de São Paulo, que particularmente em Itu ficou tristemente conhecido como o “vendaval de Itu”, com ventos que chegaram a 300km/h.

Na escala Fujita, que mede a intensidade dos tornados e vai de F-0 a F-5, o que passou pela cidade foi classificado como F-3 e deixou um rastro de destruição com grande prejuízo material, mas irreparável dano pelo fato de ter registrado 15 mortes, mais de 200 feridos e um grande número de desabrigados.

Naquele dia, no final da tarde, início da noite, uma chuva não tão forte e os ventos, estes fortíssimos, pegaram a população de surpresa. O fenômeno, em si, foi rápido, mas as consequências jamais foram esquecidas, como por exemplo o capotamento de um ônibus com estudantes que iam de Salto para Sorocaba, na Rodovia do Açúcar, resultando em nove mortos. O ônibus foi arremessado a 200 metros da pista. Ou ainda as cinco pessoas que morreram soterradas no Jacuhú.

Na época, o então prefeito Sérgio Prévidi decretou estado de calamidade pública e o governador Luiz Antônio Fleury Filho veio até a cidade e, posteriormente, encaminhou uma verba de Cr$ 200 milhões para as obras emergenciais.

A cidade sofreu com falta de água e energia elétrica, assustando ainda mais a população que até então nunca havia passado por uma situação parecida. A Santa Casa trabalhou em esquema de “campanha de guerra”, disponibilizando todo seu corpo médico e contando ainda com vários profissionais da saúde de cidades vizinhas, que vieram em auxílio.

Na época do triste acontecimento a professora Maria Ângela Mangeon Elias era vice-reitora da Faculdade Nossa Senhora do Patrocínio e lembra com tristeza dos fatos. “Era final de tarde e eu estava para voltar para casa, mas telefonei antes para um professor que morava nas Terras de São José e estava atrasado. Então ele me disse: ‘a senhora não sabe o que está acontecendo?’ Foi então que eu comecei a me inteirar dos fatos”.

Ela ainda lembra que seu esposo, o saudoso Dr. Lauro Elias, havia ido buscá-la na Faculdade e, “na volta para casa fomos vendo o rastro da destruição. Nem pudemos entrar nas Terras. Fomos a pé até a portaria e depois que pudemos entrar vimos várias casas destelhadas, árvores arrancadas… Foi muito triste”.

Finalmente ela lembra que por muita sorte sua residência não sofreu danos grandes danos em relação a outras nas proximidades. “Mesmo assim, uma porta foi arrancada. Sou muito amiga do Espírito Santo [brinca] e ele nos protegeu”.