Ituana representa SP em Conferência Nacional para Mulheres

Em encontro realizado em Brasília, assistente social e palestrante Júlia Baldi dividiu experiências com cerca de 3.500 mulheres de diferentes partes do Brasil

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Lucas Gandia

Entre os dias 10 e 13 de maio, a cidade de Brasília (DF) sediou a quarta edição da Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, desenvolvida pelo governo federal. Com público de aproximadamente 3.500 participantes, o evento contou com a presença da assistente social de Itu Júlia Baldi. Além de ter atuado em nome da região de Sorocaba, a ituana também foi uma das representantes do Estado de São Paulo no encontro.

Para que Júlia chegasse à fase nacional, ela foi selecionada em outras duas etapas, uma municipal e outra estadual, realizadas em novembro de 2015 e fevereiro deste ano, respectivamente. “A conferência nacional compila as proposições de todo o território brasileiro, para que possamos eleger as prioritárias. Neste momento, não para construção do plano de política para as mulheres, pois ele já está pronto; mas para a efetivação dele. Porque, na prática, existe um distanciamento muito grande entre o que está no plano e na realidade das mulheres”, ressalta.

Em meio a representantes femininas de diferentes origens e culturas, a assistente social ituana pôde conhecer as necessidades específicas de cada grupo e a complexa realidade do Brasil. “São pessoas muito diferentes, mas lutando por um mesmo ideal, que é a garantia de políticas públicas de direito para mulheres, como igualdade de oportunidade, atendimento médico específico e inserção maior na vida política, especialmente em cargos eletivos”, destaca Júlia.

Empoderamento
Entre as demandas discutidas, a ituana destaca a necessidade de garantir recursos previstos em lei para que as políticas públicas destinadas às mulheres sejam efetivadas. “Pedimos que um por cento das arrecadações municipais, estaduais e federais seja vinculada necessariamente à coordenadoria de mulheres, tanto para evitar situações de violência quanto para fornecer acolhimento e atendimento após a violência”, pondera. “O Poder Público tem a obrigação de fornecer mecanismos para a mulher se empoderar e superar a condição de vulnerabilidade”.

Hoje representante do movimento feminista, Júlia conta que passou a se interessar pela causa ainda criança, dentro do próprio círculo familiar. “Eu brinco que vem desde que me falaram que eu precisava arrumar meu quarto porque era menina, mas meu irmão não, porque ele era menino. A partir daí comecei a levantar uma série de questionamentos sobre as experiências sociais que temos”, observa. “É algo intrínseco a minha personalidade, pois faz parte da minha profissão a luta pela garantia de direitos”.

Engajamento
Desde que foi eleita representante ituana na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, a assistente social passou a desenvolver um novo trabalho na cidade, atuando como palestrante em diferentes espaços. “Eu me propus a discutir essas questões com a base, porque não adianta nada atingirmos o Estado e a Federação, se a vida acontece aqui. É necessário olhar para nossa realidade e descobrir o que podemos fazer para melhorar este cenário”, afirma.

Nos últimos meses, Júlia realizou palestras gratuitas na FADITU (em parceria com a OAB), em todos os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Itu, na ETEC Martinho di Ciero, na Escola Estadual Regente Feijó, no Instituto Legislativo Ituano (ILI) e para beneficiários dos programas “Ação jovem” e “Renda Cidadã”. “Muitos relatos vêm para mim, mas não chegam na Promotoria de Justiça ou na Delegacia da Mulher. A violência acontece, mas as pessoas não querem enxergar, porque não sabem lidar com isso”, lamenta. “O feminismo deve unir homens e mulheres, e não nos afastar. A luta é por uma sociedade mais igualitária e melhor para todo mundo”.

Os interessados em receber a palestra podem obter mais informações pelo e-mail julia.baldi@yahoo.com.br, pelo site www.juliabaldi.com ou pela página “Júlia Baldi”, no Facebook.