Ituano Paulo Stucchi lança novo livro

O jornalista ituano Paulo Stucchi tem o nazismo e a Segunda Guerra como um pano de fundo seus principais livros, entre eles, A Filha do Reich, finalista do Prêmio Jabuti. A temática, que se tornou uma marca do autor, está de volta em O Homem da Patagônia, lançamento da editora Jangada.

O lançamento da obra acontece no dia 14 de fevereiro, às 19h, na Livraria Drumont, em São Paulo. Em seu novo livro, o palco da história não é o continente europeu ou o interior do sul do Brasil, mas sim o país que mais abrigou nazistas, depois dos EUA: a Argentina.

Na trama, um thriller psicológico perturbador ambientado na Buenos Aires de 1958, Sebastián Lindner, um renomado psicólogo argentino, é contratado por uma jovem alemã para tratar de seu pai, um velho refugiado nazista que mora em uma remota fortaleza na Patagônia e cuja personalidade está envolta em vários mistérios.

Conforme as lembranças do misterioso paciente vão sendo acessadas, Dr. Lindner se vê diante de um antigo e terrível segredo – que remonta aos últimos dias de Hitler em um bunker em Berlim e que pode mudar drasticamente os rumos da história do pós-Segunda Guerra. Em um dilema pessoal, o psicólogo passa a se confrontar com a pior face do mal e enfrentar seus próprios demônios.

Passo a passo, entre sessões de terapia e novas revelações de personagens reais e fictícios, o leitor descobrirá, juntamente com o psicólogo Sebastián Lindner, quem é o velho alemão misterioso, e mergulhará nas mesmas dúvidas do personagem: afinal, estaria ele diante de Adolf Hitler em pessoa – um dos personagens mais importantes e abomináveis da história mundial?

 “A ideia que originou a trama de O Homem da Patagônia surgiu quando li sobre o lançamento do livro Tras los pasos de Hitler, do jornalista argentino Abel Basti. Também já havia lido outros textos sobre a presença nazista na América do Sul, principalmente na Tríplice Fronteira, como o KBK – Uma história real, dos autores Luiz Monteiro Franco e Christiane Lopes Pereira”, afirma Stucchi.

“Teci a trama unindo a história argentina e sua conhecida relação com o nazismo (sobretudo, na época de Perón). No livro, mostro como os nazistas lamberam suas feridas após o término da guerra, tentando reorganizar seu poder em outras regiões, o que denota a extrema atualidade dessa história e o legado neonazista que enfrentamos em toda América Latina, com centenas de células espalhadas pelo Brasil”, prossegue.

Sobre o autor


Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista (Foto: Juca Ferreira/Divulgação)

Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista. Formado em Comunicação Social pela Unesp Bauru, com habilitação em Jornalismo, é especialista em Jornalismo Institucional pela PUC-SP e Mestre em Processos Comunicacionais, com ênfase em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Paulo.

 Trabalhou como jornalista em revistas e jornais impressos, tornando-se editor, por treze anos, de uma publicação segmentada para o setor gráfico. Divide seu tempo entre o trabalho de assessor de comunicação e sua paixão pela literatura, principalmente, romances históricos.   É autor das obras Um de Nós Foi Feliz (2022), No Fundo do Rio (2021), Menina – Mitacuña (2013), O Triste Amor de Augusto Ramonet (2011), Natal sem Mamãe (2008), A Fonte (2010) e de A Filha do Reich (2019), finalista do Prêmio Jabuti 2020, publicado pela Editora Jangada.

Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista (Foto: Juca Ferreira/Divulgação)

Confira um trecho da obra:

[…] – Deve estar achando estranho uma jovem como eu conversar sobre esse tipo de assunto, não, dr. Lindner?

 – De fato, não é comum – Sebastián admitiu, constrangido.

 – É aí que chegamos ao real motivo que me traz aqui: meu pai. Ele é o responsável por eu conversar sobre esse tipo de coisas, com gente como o senhor. […]

– Meu pai, dr. Lindner, foi um alto oficial do exército alemão. Como deve saber, já que é um homem inteligente, não posso dizer isso abertamente a qualquer um. Contou com um bocado de sorte para escapar de Berlim no fim da guerra, pouco antes de a cidade cair nas mãos dos soviéticos e de Stalin. […]

 Aurora encarou Sebastián. Seus olhos grandes e de um azul profundo, penetrante, fizeram-no sentir-se diante de um demônio. Sim, apesar de possuir uma beleza quase angelical, Aurora tinha algo sinistro, demoníaco em si.