Médica infectologista reforça e esclarece importância da utilização das máscaras

Infectologista explica e reforça os cuidados necessários para evitar ao máximo o contágio (Foto: Arquivo pessoal)

A pandemia de Covid-19 já completou um ano e, mesmo assim, ainda se faz necessário divulgar de maneira sistemática os protocolos sanitários para diminuir o risco de contágio pelo novo coronavírus.

De março de 2020 para março deste ano, em diversas oportunidades, autoridades como o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foram flagradas sem o uso de máscaras de proteção facial, em meio a aglomerações.

Mesmo com o aumento considerável de casos e óbitos de Covid-19 em todo o país, muitas pessoas transitam pelas ruas sem a menor preocupação, com suas máscaras no queixo, isso quando estão com as mesmas.

 Diante dessa problemática, o Periscópio conversou nesta semana com a Dra. Daniela Pereira Lopes, infectologista que atua no AMI (Ambulatório de Moléstias Infecciosas) de Itu, que explicou e reforçou mais uma vez a necessidade da utilização de máscaras para assim controlar o avanço da pandemia. “O uso da máscara é um ato de respeito e proteção ao outro e a si próprio”, destaca. “A malha da máscara impede a saída de nossas secreções respiratórias para o ambiente, reduzindo assim a chance de contaminar outras pessoas e o ambiente em si”, segue explicando.

 Mas qual o tipo de máscara ideal? Ao pesquisar a respeito do conteúdo, são diversas as recomendações e explicações quanto a eficácia, o que em alguns casos acaba gerando confusão nas pessoas. A infectologista esclarece. “As máscaras de tecido oferecem também proteção para quem usa. Quanto mais fina a trama do tecido, maior a proteção. É importante lembrar que tocar a mascara o tempo todo, usá-la quando já umedeceu ou deixá-la abaixo do nariz reduz sobremaneira sua capacidade de nos proteger”, orienta.

“Para uma proteção perfeita, utilizamos mascaras com filtros, seja nas de pano (com filtros que colocamos ao confeccioná-las), também nas cirúrgicas  (com três camadas protetoras) ou ainda nas PFF2 ou N95. Estas últimas, bem menos confortáveis, são em geral reservadas para profissionais de saúde, em ambientes com maior risco de infecção”, explana.

A infectologista reforça que a máscara deve ser trocada em um intervalo de duas a três horas, tanto as de pano quanto as cirúrgicas, destacando que a mesma vai evitar a contaminação “pelo ar”, impedindo que saiam gotículas de saliva contendo o vírus e evitando que respiremos essas gotículas que alguém eliminou. “Seguindo este raciocínio, quanto mais distantes de outras pessoas estivermos, menor a chance de que uma gotícula chegue até nós”, acrescenta a infectologista.

Distanciamento

Além da máscara, Dra. Daniela destaca que também é fundamental o distanciamento social e isso vale, de acordo com a profissional, de maneira “crucial naquele convívio social que nos parece tão seguro: as pequenas reuniões de família, um almoço de domingo com a família que mora em outra cidade, uma mini festinha de aniversário, um churrasco em casa com os tios e por aí vai”.

“Ficamos estarrecidos ao ver grandes aglomerações e acabamos esquecendo que nossas mini aglomerações em ambiente familiar são um prato cheio para o vírus”, reforça. Ainda sobre os cuidados para evitar ao máximo o contágio, a profissional destaca também que, como podemos contaminar as mãos com o vírus, lembrar sempre que “olhos, boca e nariz nunca devem ser tocados. Especialmente com as mãos sujas”.

“E finalmente, uma atitude que vem salvando a humanidade desde o tempo de  (Ignaz) Semmelweis (médico húngaro pioneiro nos procedimentos antissépticos): lavar as mãos. Valem água e sabão, e na indisponibilidade destes, álcool 70. Se estes pequenos hábitos persistirem mesmo depois de terminada a pandemia, já teremos avançado sobremaneira como humanidade”, conclui.