Milhares de estudantes participam do primeiro dia de prova do Enem em Itu

Candidata Maria Aparecida chegou dez minutos após o fechamento do portão/ Foto – Daniel Nápoli

Milhões de estudantes em todo o Brasil realizaram o primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que contou com questões de linguagens (língua portuguesa e estrangeira) e ciências humanas (geografia, história, sociologia, filosofia e conhecimentos gerais), além da redação que teve como tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

Na cidade de Itu, milhares de pessoas realizaram o exame, com a reportagem do “Periscópio” estando presente no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) para acompanhar alguns dos jovens e saber suas expectativas e, posteriormente, seus desempenhos na prova.

O estudante Brandon Willian de Oliveira, de 17 anos, se preparava para prova com uma mistura de sentimentos. “Estou muito nervoso, com medo, mas espero ir bem. Acredito que irei melhor em humanas do que em exatas. Seja o que Deus quiser”, disse. Após o primeiro dia de prova, o jovem comentou sobre suas impressões. “Embora tenha sido cansativa, não foi tão difícil quanto eu imaginava e, sobre a redação, foi um tema bacana, fácil de complementar”.

Ariel Jesus Borges, também de 17 anos, chegou para a realização do exame extremamente focado em seu objetivo, dando um peso maior para determinadas áreas. “O que mais pesa é a redação. Procurei frisar bem essa parte. Procurei estudar mais exatas, por ser melhor em humanas. É o nosso futuro que está em jogo e todo o estudo é pouco”.

O estudante comentou, após completar a primeira etapa do Enem 2017, que tudo correu dentro do planejado, embora esperasse algo mais da redação. “Foi bem tranquilo, apesar de um pouco cansativo. A redação deu tudo certo, mas fui pego de surpresa um pouco pelo tema ter sido restrito a só uma deficiência e não como um todo”, declarou.

Demonstrando bastante confiança, a jovem Mariana Bezerra, de 23 anos, aguardava a prova com a consciência das dificuldades que o exame exige. “Espero uma prova bem diversificada. Tenho mais facilidade com linguagens. Mas é sempre algo que pega muita gente, pois nossa língua é muito vasta, e na prova há muito ‘textão’ com pegadinha. O essencial é se manter atento com uma prova extensa”, explica.

Questionada sobre a mudança da aplicação do exame em duas semanas diferentes, Mariana opina. “Achei válida a mudança. O cansaço e o nervosismo prejudicavam os estudantes. Agora dá para recuperar de uma semana para outra, foi ‘uma mão na roda’ essa alteração”, comenta.

Após a prova, a reportagem procurou a jovem, que comentou. “Não foi nada de diferente do que eu esperava. Achei condizente com o nível da prova. A redação constituiu um tema importante que deve ser debatido”.

Atrasos

Já virou tradição ver inscritos para a prova chegando atrasados, dando com a “cara no portão”, perdendo assim a oportunidade de realizar o exame e praticamente um ano de estudo. No CEUNSP, três pessoas perderam a oportunidade de realizar o ENEM 2017. Duas delas acabaram errando o campus em que fariam a prova. Já Maria Aparecida dos Santos, de 32 anos, teve outro imprevisto. “Me atrasei dez minutos por causa do ônibus. Agora é correr atrás do tempo perdido”, disse.

Agora os estudantes se preparam para o segundo e último dia do exame, marcado para este domingo (12), com matemática e ciências da natureza como conteúdo. (Daniel Nápoli)