Moradores do Ilha do Sol fazem protesto por conta de falta d’água

Uma manifestação foi realizada no fim da tarde da última quinta-feira (07), em frente ao condomínio Parque Ilha do Sol. O ato foi organizado pelos próprios moradores do residencial, que reclamam do problema constante de falta d’água no local. Dezenas de moradores participaram do protesto, que fechou por alguns momentos a rotatória próxima e trecho da Avenida Caetano Ruggieri.

A Polícia Militar acompanhou o ato, que transcorreu de forma pacífica. Uma nova manifestação ocorreu ontem (08), durante o fechamento desta edição. A reportagem do JP conversou com o síndico do Ilha do Sol, Eduardo Jorge, que falou sobre o problema hídrico no local. Também ouviu a CIS (Companhia Ituana de Saneamento), que emitiu nota sobre a questão.

O síndico foi ouvido na manhã de ontem, no momento em que foi até a sede da CIS buscar por resposta. Segundo ele, naquele momento não havia abastecimento de água no condomínio, que tem 720 apartamentos e cerca de 3,5 mil moradores, com um consumo mensal médio de 7 milhões de litros. Só que, segundo o síndico, só chega cerca de 2 a 3 milhões de litros por mês.

De acordo com o síndico, os problemas com o abastecimento de água são antigos, remontando o ano de 2016, quando ocorreu a entrega das chaves dos apartamentos. E esses problemas ocorreriam tanto em época de seca, quanto de chuva. “A gente gastou R$ 600 mil com caminhão-pipa recentemente. É lamentável, o pessoal está desesperado”, desabafa Eduardo Jorge.

O síndico destaca que o condomínio é de “gente humilde” e, segundo ele, a água vem um dia, mas o condomínio fica cinco dias sem abastecimento. “A gente não quer prioridade, a gente quer ter o básico”, alega ele, informando que um rodízio foi adotado internamente.

Em nota, a CIS informou que relatório de abastecimento do Parque Ilha do Sol deste ano “comprova abastecimento e crescente consumo de água”. “Cabe ressaltar que as ligações de água do condomínio não são individualizadas, ou seja, é um único medidor de água para o condomínio todo. Com isso, reforçamos a evidência de problemas internos de distribuição, já conversados com representantes do Parque Ilha do Sol”, aponta a autarquia.

Mas o síndico rebate. “Eles [CIS] sempre falam que tem um problema interno, mas o problema é não chegar água”, alega Jorge, que cobra que técnicos da autarquia apontem qual seria esse problema interno. “Se fosse, a gente já teria resolvido”.

Outra reclamação

Além do protesto, a reportagem do JP recebeu a reclamação de uma munícipe na tarde de quinta-feira. Alessandra Camargo é proprietária de uma oficina mecânica na Avenida Caetano Ruggieri, no Parque Nossa Senhora da Candelária, e diz que está há nove dias sem abastecimento. Ela também afirma que em sua residência, no Jardim dos Ipês, já são sete dias sem fornecimento. Alessandra disse que protocolou reclamações tanto na CIS quanto na agência reguladora. 

Em nota, a autarquia disse que as regiões conhecidas como “pontas de rede” podem registrar dificuldades de abastecimento devido às obras iniciadas na ETA Rancho Grande (reforma de filtros/decantadores), aumento de consumo e/ou redução do nível de reservatórios de água tratada, o que é o caso de algumas ruas deste bairro. “Enviamos ontem (07) caminhão pipa para suporte pontual nesta altura da avenida e ruas adjacentes”, diz a CIS. 

A autarquia também informou que trabalha para que nenhum imóvel fique mais do que 24 horas sem abastecimento diante destas situações pontuais e segue investindo em obras para aumento de reservação de água (Nova Represa Braiaiá), uma nova linha do Sistema Mombaça (que vai suprir a demanda de água), troca de tubulações e ação noturna de caça-vazamentos de água na cidade.