Museu Republicano realiza aula sobre “memórias afro” na cidade de Itu

No último sábado (25), aconteceu no Museu Republicano “Convenção de Itu” a aula “Memórias Afro-descendentes em Itu: Arquitetura e Patrimônio”, com o ituano Prof. Ms. André Santos Luigi, bacharel e licenciado em História pela USP, especialista em Ensino de História pela UNICAMP e mestre em Educação pela UFSCAR. O evento reuniu ituanos e moradores de outras cidades.

Aline Zanatto, responsável pelas atividades educativas do Museu Republicano, contou que os eventos promovidos pelo museu não só são importantes para os ituanos saberem sobre o valor cultural que Itu tem, mas também para que os museus sejam valorizados. “No mês de agosto, realizamos uma caminhada procurando outros patrimônios, e não só igrejas e museus”, contou Aline, sobre a iniciativa anterior de interagir com a população ituana através da história cultural da cidade.

“Após, vimos que tínhamos a necessidade de realizar outra caminhada, que o André tinha se proposto [a participar], para termos um outro olhar para o centro histórico, a partir dos descendentes africanos”, ressalta Aline, sobre os planejamentos da aula ocorrida no sábado.

André, durante a aula, comentou sobre a importância de mostrar que “os negros são parte importantíssima da cidade”, discursando, também, sobre a história de Itu, no século XVII, com a produção de café e açúcar.

“Minha intenção não é mostrar os prédios da cidade, mas mostrar todo o desenvolvimento e o percurso dentro do centro histórico”, comenta o professor sobre a real intenção da sua aula. Durante a mesma, os presentes debateram com André sobre outros pontos importantes da história da arquitetura e da cultura da cidade.

“Fiquei um pouco inseguro, no começo, porque é uma atividade não formal. É muita coisa experimental. Eu vi que o pessoal participou bastante e eu fiquei bem feliz”, conta o palestrante, sobre o sucesso que sua aula foi, completando que “começar a questionar a memória tradicional e antiquada que temos de Itu, reconhecer a história não dos escravos e dos negros, mas dos pobres, das pessoas comuns que construíram a cidade” é o fator importante da aula para a população ituana. (Gabriela Prado)