“Números não são diferentes de outras cidades”, diz secretária sobre casos de dengue
Durante uma live realizada na última terça-feira (20), a secretária municipal de Saúde de Itu, Janaina Camargo, atualizou os dados sobre a dengue em Itu, que até aquela data computava 1.758 casos confirmados da doença. Ao lado do prefeito Guilherme Gazzola (PP) e do secretário de Planejamento, Gilmar Pereira, ela disse que os números de casos em Itu não são diferentes de outras cidades.
“É um reflexo de todo o Brasil. Os nossos números não são diferentes das outras cidades na quantidade de casos. O que temos aqui é um número maior de confirmados porque nós temos a testagem rápida. Isso faz com que a gente tenha um diagnóstico muito mais precoce da doença do que outras cidades que fazem a sorologia, que demora para sair o resultado”, declarou.
Segundo Janaina, essas cidades demoram de 10 a 15 dias para atestar a dengue nos pacientes, enquanto em Itu o laudo sai na hora. Os testes rápidos são feitos em todas as unidades de saúde. E, a partir da próxima segunda-feira (26), Itu passa a contar o Centro de Testagem para Dengue, na UBS 05 – leia mais nesta página.
A secretária também afirmou que os bairros mais afetados são o Jardim Alberto Gomes, Padre Bento, Portal do Éden e São Luiz, onde o Departamento de Controle de Vetores realiza um trabalho intensivo. Presente também na live, o biólogo Gilberto Lucena, que é coordenador do referido departamento, comentou sobre o trabalho de prevenção e tirou algumas dúvidas.
Segundo ele, um dos motivos para o surto de dengue é a onda de calor que chegou antes do previsto. Lucena explicou que a Secretaria de Saúde possui uma Sala de Situação da Dengue, que analisa mensalmente as ações a serem tomadas para controlar a doença e que previu o aumento dos casos.
“Nós já sabíamos que teríamos um aumento. O aumento dos casos vem rotineiramente na cidade a cada oito ou dez anos. Nós aguardávamos talvez para o ano que vem, mas neste ano a Sala de Situação já tinha alertado que haveria um aumento. Nos pegou de surpresa porque ele veio de forma abrupta”, disse o especialista.
Outro ponto que justifica o aumento de casos é o fato de Itu ter uma alta taxa de pessoas que nunca contraíram o sorotipo mais presente da dengue em Itu (a dengue possui quatro sorotipos, por isso, uma pessoa pode ser reinfectada se tiver contato com sorotipos diferentes).
Lucena ressaltou que o vírus da dengue fica no ser humano e a fêmea do Aedes aegypti é o vetor da doença. Ou seja, o mosquito pica a pessoa infectada e transmite para outras. Ele também destacou os cuidados para prevenção e combate aos focos do mosquito, mas informou que o piscinão do Jardim Faculdade não apresenta características que propiciem o desenvolvimento do Aedes aegypti. Além disso, o piscinão recebe limpezas mensais.
“O Aedes não coloca ovo dentro da água. Ele coloca na parede de determinados recipientes. O piscinão não tem paredes que propiciem a procriação do Aedes”, declarou o biólogo, que também destacou que a incidência maior de focos é dentro das residências.
“Não adianta só a Prefeitura fazer a sua parte: todas as pessoas precisam fazer”, afirmou o prefeito, que destacou também o decreto assinado por ele, que permite a entrada forçada em domicílios particulares caso os proprietários neguem a entrada dos agentes sanitários.
A Prefeitura tem realizado mutirões diariamente com os agentes identificados com crachás. Até o dia 15 de fevereiro, foram realizadas mais de 25 mil vistorias, com a destruição de mais de 1,5 mil criadouros do mosquito, com 74 autuações, 36 advertências e seis multas.
Inseticida e fumacê
Gilberto Lucena também falou que hoje são dois tipos de operação usando inseticida na cidade. A primeira é usando bomba-costal nas residências que possuem focos do mosquito. “Eliminando os criadouros, eu impeço que novos mosquitos nasçam”, informou.
A operação secundária, que o Departamento de Controle de Vetores está realizando paralelamente à primeira, é usando o chamado “fumacê”, termo popular para a nebulização veicular com Cielo. “É um veneno de última geração”, declarou o biólogo, informando que tudo é feito com parâmetros de segurança para não afetar o restante da fauna da cidade. O uso do “fumacê” é usado em bairros onde a transmissão da doença é muito intensa.