Pai em Dose Dupla 2

Por André Roedel

O típico filme de Natal. Assim é Pai em Dose Dupla 2, comédia em que entrou em cartaz nesta semana. E, como toda continuação do gênero, traz mais piadas e um elenco ainda maior que o primeiro, lançado em 2015. E a produção até que funciona, se descontarmos a presença de Will Ferrell – tá pra nascer sujeito mais tresloucado (da pior maneira possível) do que ele.

O comediante consegue arrancar alguns risos, mas, além de ser forçado ao extremo, seu personagem (Brad) é péssimo. Mark Wahlberg, como Dusty, também não se sai muito melhor. Ambos fazem os “pais em dose dupla” do título. O primeiro é o padrasto dos filhos do segundo. No longa-metragem anterior, eles se acertaram e ajustaram como tratariam as crianças. Nesta sequência, outros conflitos familiares são abordados. Mas tudo com muito humor, se prendendo ao drama por muito pouco tempo.

Neste novo filme, a confusa família resolve passar o Natal unida, em uma cabana no meio da neve. Além das crianças, a dupla de pais e suas respectivas esposas (interpretadas por Linda Cardellini e Alessandra Ambrosio), Brad e Dusty precisam encarar as visitas de seus pais (vividos por John Lithgow e Mel Gibson). A veterana dupla é o que o filme tem de melhor. Os poucos bons momentos de boa interpretação vêm de Lithgow que, mesmo aos 72 anos, ainda está em boa forma. Já Gibson tem uma postura mais canastrona, mas ainda tem o charme a seu favor.

O roteiro segue a cartilha de clichês em filmes humorísticos com famílias disfuncionais – sim, Hollywood tem uma cartilha dessas (ou é bem provável que tenha). As piadas até são engraçadas, há momentos interessantes e os personagens são bacanas, mas tudo não passa de um entretenimento raso para fazer o espectador esquecer um pouco da vida por cerca de 1h40.

O diretor Sean Anders, o mesmo do primeiro filme e de produções como Quero Matar Meu Chefe 2, não traz nada de novo, faz o básico do básico. Enquadramentos padrões, cenas sem diferenciais e trilha sonora de uma música só. E isso até que não é ruim para uma obra como essa, que não exige muito. O ruim é que, com isso, temos mais um longa-metragem genérico de comédia com o tema Natal.

Mas eu acabei gostando no geral, foi um filme que fui conferir sem expectativa nenhuma e acabou me divertindo um bocado. Aliás, essa é uma dica que deixo para você, leitor, em todos os filmes que foi conferir: vá esperando o menos possível, pois assim a recompensa, mesmo que mínima, já será proveitosa.

 

Nota:

 

 

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