Pandemia é tempo para o aprendizado!

Há mais de um ano, a pandemia de Covid-19 faz com que as pessoas tenham que se reinventar constantemente, ingressando em outras áreas, seja para manter-se financeiramente em um período de incertezas seja para entreter-se, visando manter a saúde mental em meio a tantas notícias ruins.

Sem poder exercer seu trabalho durante a pandemia, Carolina continuou vivendo a arte de outras formas (Foto: Arquivo pessoal)

Moradora da cidade de Salto, a professora, jornalista, escritora e diretora de espetáculos, Carolina Padreca, de 41 anos, foi uma das pessoas que se reinventou. “Como trabalho com teatro coletivo, durante a pandemia não pude concretizar os espetáculos que estávamos produzindo, pois não pudemos dar seguimento aos ensaios e também não poderíamos apresentar os resultados ao público”, conta.

“Sendo assim, embora tenha passado parte dos trabalhos para o universo digital, a maioria das turmas se esvaiu e por isso precisei me reinventar. Na verdade, estava fazendo algumas colagens diárias em homenagem a pessoas queridas, quando de repente surgiu uma encomenda inesperada”. A partir disso, Carolina começou a trabalhar tanto com colagens digitais como com restauro de fotografias, seja com colagens impressas em tela, que as pessoas podem encomendar para si ou presentear, sempre ressignificando e eternizando momentos felizes.

“Graças à essa nova oportunidade, a arte persiste em minha vida”, comemora Carolina, que além de obter uma renda tem se realizado ao alimentar a memória afetiva e resgatar a história das pessoas.

Bruna encontrou no bordado em bastidor uma forma de se expressar e se sentir mais próxima da família (Foto: Arquivo pessoal)

A arquiteta ituana Bruna Oliveira, de 25 anos, aprendeu durante a pandemia a produzir bordado em bastidor. “Foi no momento do ápice da pandemia. Esse processo virou meu hobby. Achava fotos, modelos na internet e fazia algo parecido”. Durante o processo, como as lojas ficaram um longo período fechadas, Bruna aproveitou para transformar suas produções em presentes para primas e amigas. “Um negócio mais artesanal, que eu aprendi e ao mesmo tempo eu presenteava pessoas que não estava vendo no momento”. A arquiteta também fez o bordado em bastidor para sua irmã, que na época estava grávida, para decorar o quarto da sobrinha.

Bruna relata que o aprendizado foi uma forma que encontrou durante a pandemia para se expressar e se sentir mais próxima de sua família. “No momento continuo com os bordados como presentes para amigos e familiares, desenvolvi um lado que não conhecia. Está sendo um momento difícil, mas de muitos aprendizados e descobertas”.

Ao aprender o desapego durante a pandemia, Aline criou um bazar virtual (Foto: Arquivo pessoal)

A jornalista ituana Aline Fernanda Marcolino, de 30 anos, aprendeu e passou a praticar o desapego durante a pandemia. “Eu tive a ideia de um desapego online no WhatsApp. À princípio foram apenas com as minhas coisas, chamado desapego Dalih, fiz um anúncio no meu Instagram pessoal, informando o dia e horário que estaria on-line postando fotos e informações das peças”.

“As pessoas que tivessem interesse podiam me contatar que eu adicionaria ao grupo de participantes. Os valores eram bem acessíveis, pra realmente desapegar. São peças novas sem uso praticamente, e pode acreditar muitas peças paradas. Com a pandemia pudemos avaliar a quantidade de itens que temos sem uso em casa”, destaca.

A ação gerou uma renda extra para a jornalista, que explica os motivos de não ter feito uma doação. “Nem todo mundo está precisando de roupas e sapatos nesse momento, a maioria que precisa de ajuda necessita de alimentos ou material de higiene então realmente se o uso do dinheiro fosse pra mim ou pra ajudar as peças não seriam viáveis. Outro ponto pela economia. Quem tem um emprego, um salário, ainda tem condições de ‘gastar’ com algum luxo, está pensando em economizar. Peças boas seminovas e acessíveis ajudariam muita gente também”, explica Aline.

Após fazer a primeira edição de seu bazar virtual, a jornalista notou ter despertado o interesse nas pessoas. “Muitas olharam pra si e perceberam que também têm coisas paradas, itens de beleza roupas, e calçados”. Porém, com a falta de tempo ou disposição, procuraram Aline oferecendo as peças delas para anúncio.

Para manter o ritmo e aumentar ainda mais a rede de contatos neste sentido, a jornalista criou uma página no Instragram, chamada desapegos_dalih. “Lá através das divulgações disponibilizo o link para o grupo (de WhatsApp) e na minha página (Alinefermarcolino), também pelo Instagram”.