Periscópio Entrevista – Dr. José Divaldo Prado
O entrevistado desta semana é o dentista com ênfase nas áreas de estomatologia e prótese buco maxilo facial Dr. José Divaldo Prado. O especialista tem vários artigos científicos publicados, escreveu dois capítulos em livros especializados e já recebeu inúmeros prêmios e homenagens ao logo da sua vida profissional. Este fim de semana ele recebe mais um prêmio e conta como se sente com a homenagem, além de falar sobre sua trajetória. Confira:
JP – Há quantos anos o senhor está nesta área?
Estou envolvido com a Odontologia desde 1977 na época dos vestibulares e, efetivamente desde 1979 quando iniciei a graduação pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.
JP – Por que decidiu se dedicar à Odontologia?
A opção pela Odontologia deve-se a influência de um tio, já falecido, o qual tinha formação também em Odontologia. Na verdade, inicialmente eu fiz escola agrícola (Técnico Agrícola) e tinha intenção de seguir carreira de físico, sem saber exatamente sobre as atividades desta profissão. Neste momento, o referido tio, mais experiente me alertou sobre o mercado de trabalho e suas implicações na carreira; pesquisador ou professor, etc. Assim, já com boa noção da profissão, fiz então a opção, que hoje considero ter sido muito acertada, visto que se fosse possível iniciar novamente uma carreira, a Odontologia seria a escolhida.
JP – Neste sábado o senhor será homenageado com o prêmio Padre Antônio Pacheco. Como se sente com esta homenagem?
Para se ter uma noção do que a homenagem representa, teríamos de antes, ter conhecimento sobre a vida e dedicação do Padre Antônio. Espero que os presentes a solenidade possam ouvir algumas passagens deste dedicado Ituano aos doentes com hanseníase, doença histórica e complexa antes da descoberta do tratamento. Portanto, fico extremamente honrado e feliz pela indicação do meu nome a receber esta láurea.
JP – O senhor não é ituano, mas passou a maior parte da sua vida na cidade. Como é a sua relação com Itu?
Em Itu desde 1985, portanto há 32 anos, sou casado com uma ituana, tenho dois filhos também ituanos, sinto-me como tal e, tenho o maior orgulho em função do que Itu representa na história do Brasil. Desde que aqui me instalei, sempre estive envolvido com a Odontologia, e dentro de minhas limitações pessoais e profissionais, procurei me especializar e atualizar. Isto fez com que eu pudesse de forma modesta, contribuir para a saúde bucal da nossa coletividade. Aqui, seria eu injusto com os colegas, se não os mencionasse, nessa relação com os doentes, visto que sempre recebo clientes que são referendados aos meus cuidados.
JP – O senhor é profissional da área de odontologia com ênfase nas áreas de estomatologia e prótese buco maxilo facial. Qual foi a sua motivação para trabalhar nesta área?
No início dos anos 90, voltei à Universidade para um curso de aperfeiçoamento em cirurgia sob anestesia geral em centro cirúrgico. Finalizando este, tive a felicidade de ser convidado para atuar na Faculdade, junto ao Departamento de Patologia/Semiologia, ficando lá por mais de seis anos um dia por semana. Nesse período tive a oportunidade de lidar com pacientes HIV positivos e demais doenças de boca e anexos, fazendo com que, aí com uma boa bagagem de conhecimentos, eu tenha feito minha pós-graduação em Estomatologia. Concluindo este curso tornei-me professor de um curso de especialização em São Paulo, além de atuar como voluntário no Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho durante 6 anos. Em 2003, tive novamente o prazer de ser convidado a integrar o Departamento de Estomatologia, do Hospital A.C. Camargo Câncer Center, da fundação Antônio Prudente. Lá, por necessidade profissional, acabei-me envolvido com outras áreas da Odontologia como Implantes Osseointegrados, Prótese Dentária e Prótese Buco Maxilofacial; especialidade essa última que em muito contribuiu com o desenvolvimento do departamento de Estomatologia deste hospital. Durante os últimos 24 anos tenha atuado na minha clínica privada, de forma generalista e também como especialista nestas duas Especialidades.
JP – Durante todo o seu tempo de trabalho, o que foi mais gratificante?
Eu preferiria não citar especificamente nenhum caso, mas, de forma geral, o resultado satisfatório da nossa intervenção profissional produz uma enorme sensação de bem estar. Isso é extremamente gratificante e faz com que ainda estejamos trabalhando. Lembro apenas que o diagnóstico correto e, consequentemente o tratamento de uma doença ou a colocação de uma prótese facial, por exemplo, muitas vezes temos que dividir as emoções com os pacientes.
JP – Quais dicas o senhor daria para quem quer seguir na mesma área?
Acho que para se dedicar a essas atividades, a dica seria ter o contato com as especialidades, e além de muita dedicação, atualizar-se constantemente, através de participação em congressos e cursos específicos.