Planeta dos Macacos: A Guerra

Por André Roedel

O cinema está repleto de grandes trilogias. O Poderoso Chefão, O Senhor dos Anéis, O Cavaleiro das Trevas, De Volta Para o Futuro e por aí vai. Agora, esse rol ganhou mais uma ótima trinca: Planeta dos Macacos. A nova versão da franquia baseada no livro de Pierre Boulle, iniciada em 2011 pela Fox, chega ao seu ápice com Planeta dos Macacos: A Guerra, o grande lançamento da semana.

Se em A Origem nós vimos como surge esse planeta em que os macacos ganham inteligência e em O Confronto as coisas tomaram proporções maiores, neste último capítulo temos o grande desfecho que essa história cheia de carga dramática e metáforas com realidade merecia.

Na trama, vemos o chimpanzé líder Cesar (Andy Serkis) à frente de sua comunidade símia tendo que enfrentar um grupo de soldados humanos liderados por um impiedoso coronel (Woody Harrelson). Ou seja, algo já visto nos capítulos anteriores, mas agora com um peso ainda maior, pois o destino das duas “raças”, por assim dizer, está em jogo. A profundidade de todos os personagens, principalmente os macacos, é extraordinária. Nada fica na superficialidade.

Matt Reeves é o diretor desse desfecho, assim como aconteceu no segundo filme. Ele também assina o roteiro juntamente com Mark Bomback. E a dupla faz um trabalho ótimo. Tudo é muito bem pensado, dos “diálogos” feitos através dos gestos dos macacos até os excelentes enquadramentos do diretor – que enxerga as cenas de uma forma muito especial, dominando a ação. De tirar o chapéu.

A trilha sonora de Michael Giacchino, elaborada e executada com mestria, dita ritmo do filme. Deixa o espectador aflito pela conclusão da história e empolgado com alguma briga de macacos contra humanos ou mesmo de macacos contra macacos – aliás, existem alguns símios que fazem as vezes de “capitães do mato” ao longo do filme, revelando algumas das metáforas da obra com a realidade, principalmente com relação à escravidão.

Porém, mais do que qualquer crítica social que Planeta dos Macacos: A Guerra queira fazer, o longa-metragem ainda é um grande blockbuster, com entretenimento de primeira. Há ação na dose certa, doses de emoção, momentos cômicos e efeitos especiais sensacionais. Estou até agora de queixo caído com a impressionante técnica de captura de movimentos para os personagens símios. É interessante notar também as expressões faciais dos macacos, que transmitem sensações como se fossem reais. Vale a pena entrar no YouTube e conferir o vídeo do making of do filme. Só adianto que Andy Serkis merece um Oscar por sua atuação.

Enfim, Planeta dos Macacos: A Guerra é cinema de ficção/ação de qualidade, com tudo que o gênero pede e, principalmente, tem identidade própria, pois dá para sentir a mão do competente diretor. Merece ser visto na telona, por isso vale o ingresso.

 

Nota: 

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