Prefeito abre sindicância contra ex-secretário
A Prefeitura de Itu informou na tarde de quarta-feira (20) que está dando início à abertura de uma sindicância contra o ex-secretário de Serviços Rurais, Adauto Gonçales (PL), visando apurar suspeitas de mau uso da máquina pública durante a sua gestão frente à referida pasta. O pedido de investigação partiu diretamente do gabinete do prefeito Guilherme Gazzola (Progressistas), diante de notáveis discrepâncias de performance da secretaria, do período com Adauto em comparação com o atual.
Adauto deixou o cargo no início de junho deste ano e, desde então, os trabalhos são conduzidos por Márcio Milano. “Neste curto período, a mudança no rendimento da pasta chamou a atenção do prefeito, já que, além da simples troca do comando, não houve nenhum implemento ou melhoria que justificasse a disparidade observada”, informa a nota enviada pela Prefeitura à imprensa.
Ainda de acordo com o comunicado, foram notadas diferenças importantes relacionadas a pedidos que eram feitos pelo ex-secretário quanto ao consumo de insumos, aproveitamento de recursos humanos, condução financeira e até nos prazos e qualidade dos serviços prestados. Para o prefeito Gazzola, a iniciativa é imprescindível para a manutenção da transparência e lisura da administração municipal, buscando reparações cabíveis por lei, se assim for necessário.
“A verificação coletará números, planilhas e demais dados, ouvindo os servidores da secretaria e outros que já trabalharam no setor, com o intuito de fazer um paralelo entre o antes e depois do período de Adauto frente à pasta. A requisição da sindicância está tramitando junto à Secretaria Municipal de Justiça, que deverá conduzir o processo em sigilo e, dependendo do resultado, terá de levar a apuração para outras instâncias”, prossegue a nota da Prefeitura.
O chefe do Executivo também comunica que irá oficializar formalmente a Câmara de Vereadores a respeito da sindicância, uma vez que a medida pode acarretar reflexos políticos. “À medida que nos aprofundamos nessas questões relativas ao ex-secretário Adauto, percebemos o coincidente afastamento do seu filho, o vereador Thiago, que saiu da base de nosso governo e mudou de postura bruscamente”, disse o prefeito, que prossegue: “Entendo que informar a nossa Casa de Leis acerca de uma investigação profunda sobre um ex-secretário que é pai de um dos vereadores seja apenas a minha obrigação”.
Adauto rebate
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Adauto Gonçales rebateu as declarações do prefeito. “Me estranha muito que eu fiquei sete anos lá [na pasta] e o prefeito nunca apontou nenhuma irregularidade. Há três meses que eu não faço mais parte desse governo e agora ele quer fazer essas acusações falsas e com falta de responsabilidade”, declarou o ex-secretário, que deixou o atual governo em junho para ocupar um cargo de coordenação junto ao deputado estadual André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
“Por que ele não apontou essas possíveis irregularidades quando eu estava no governo? Eu classifico isso simplesmente como uma perseguição política”, opinou Adauto, que classificou o governo de Gazzola como “bom”, mas até a cobrança da taxa de lixo. “Foi por isso o meu rompimento. Eu e Adautinho damos anuência às coisas boas. As coisas ruins, que prejudicaram a população, eu não posso dar anuência”.
Para Adauto, os vereadores foram “enganados” pelo prefeito com relação à taxa, já que o combinado seria outro. O ex-secretário também pediu para que o prefeito revogue a cobrança “se quiser ganhar a eleição”. “O senhor tem que ter humildade e revogar a taxa”, declarou Adauto, informando que não é inimigo de Gazzola, mas adversário. “O senhor sabe quem são os inimigos, o senhor sabe quem quer fechar o caixão seu”, prosseguiu.