“São raras as contraindicações”, afirma especialista sobre vacina contra a gripe

De acordo com o governo do Estado de São Paulo, a meta é vacinar 90% de cada grupo prioritário/ Foto – Divulgação

A vacinação contra a influenza (gripe) começou no dia 23 de abril e prossegue até 1º de junho em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h. É importante se vacinar, mas ainda há quem recusa se imunizar por medo de reações adversas.

A reportagem do “Periscópio” entrou em contato, na última semana, com Marina Rocha Campelo Jabur, médica infectologista no Ambulatório de Moléstias Infecciosas (AMI) de Itu e coordenadora do serviço de controle de infecção hospitalar de hospitais de Itu e região. De acordo com a profissional, a gripe é uma doença universal, que pode afetar a todos, sem exceção.

“Ela pode ser uma doença mais branda ou mesmo evoluir rapidamente a manifestações graves, chegando até levar a óbito. Neste período do ano em que estamos, devemos nos proteger. Uma das formas de proteção, sem dúvida, é a imunização”, conta ela. A imunização da vacina tem um efeito duradouro, porém é recomendável fazer a imunização anualmente, pois os vírus contemplados na vacina são mutagêneos, ou seja, eles mudam de um ano a outro.

Referente à vacinação, “são raras as contraindicações absolutas”, segundo Marina. “Contudo, qualquer indivíduo que tenha alguma doença em tratamento ou em acompanhamento deve ser avaliado. Como se trata de uma imunização ativa, ou seja, o indivíduo recebe a vacina para o seu sistema imunológico produzir anticorpos, por vezes, pode não ser indicada pois o indivíduo não tem a capacidade de resposta imunológica à vacina”, enfatiza a infectologista.

“A vacina contra a gripe deve ser administrada em idosos. O fato de serem idosos, inclusive, os categoriza para receber a vacina. A não ser que haja alguma contraindicação feita pelo médico que assiste o paciente”, informa Marina, sobre o fato de alguns idosos terem receio de serem vacinados por medo de reações. “A vacina dificilmente vai trazer reações vacinais graves”, ressalta a infectologista.

Marina acrescenta que o indivíduo não deve receber a vacina se possuir febre ou manifestações de doença grave, como falta de ar, por exemplo. “Já a presença de coriza isolada, por exemplo, não deve impedir o recebimento da vacina”, informa. A vacina é de um vírus morto/inativo, de acordo com Marina, e o efeito colateral mais comum é dor local, podendo ocorrer, eventualmente, febre e dor no corpo nas primeiras 48 horas após a vacina.

 

Vacinação nas UBSs

De acordo com o governo do Estado de São Paulo, a meta é vacinar 90% de cada grupo prioritário, com o objetivo de reduzir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza. A Secretaria Municipal de Saúde de Itu informa que, do início da Campanha até o último dia 3 de maio, foram aplicadas 6.821 doses, o que representa uma cobertura vacinal de 21,92%.

Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou outras condições clínicas especiais (mediante prescrição médica), professores (redes pública e privada), adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional poderão se vacinar a partir da próxima quarta-feira (09).

Trabalhadores da saúde (redes pública e privada), povos indígenas, pessoas com 60 anos ou mais de idade, crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto, mediante comprovação de gestação, certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto, entre outros) já podem se vacinar desde o dia 23 de abril.