Saúde em Foco: Conhecer é preciso!

Por Dr. Eneas Rocco*

Toda segunda-feira pela manhã, eu tomo assento enfrente o computador, e procuro caprichar na execução de textos simples, diretos e que levem informação para os leitores deste periódico.

O propósito que norteia a escrita, é o de abordar temas que agreguem conhecimento, em especial os relativos à prevenção, e às doenças comumente associadas à procura de atendimento ambulatorial como o diabetes, a hipertensão, a depressão, as viroses respiratórias, as infecções de trato urinário, entre outras. Algumas delas ainda não apareceram nestas páginas, mas virão na sequência.

Por outro lado, acaba sendo um vício de escrita para quem já passou dos setenta anos e chegou aos quase cinquenta de exercício da profissão, comparar as práticas de outros tempos com as atuais. O passado, o presente e as perspectivas do futuro de nossas áreas são tema constante a rondar nossos pensamentos.

Como disse em coluna anterior, minha geração teve o privilégio de assistir e participar de toda mudança ocorrida nas últimas décadas. Em nossa coluna de hoje, quero falar sobre a maior de todas essas transformações, que a meu ver é a participação do paciente em seu tratamento de saúde.

É inquestionável o avanço que tivemos nas questões estruturais, como por exemplo o desenvolvimento de equipamentos, capazes de diagnosticar doenças que, até há pouco tempo, somente conhecíamos pelos livros de medicina. É também gigante o progresso obtido nas terapias medicamentosas e na cirurgia.

No entanto, em meio a toda essa evolução tecnológica, a humanização pede passagem, e sem dúvida a participação mais ativa do paciente nas questões relativas à sua saúde, constitui um enorme diferencial. Até algum tempo atrás, sem muitas explicações sobre a doença, o paciente e seus familiares conservavam suas dúvidas, mantendo-se alheios às providências que eram adotadas.

Não era incomum, por exemplo, que o portador de doenças como o câncer, permanecesse na completa ignorância quanto a razão de seus sintomas. O crescimento das diversas áreas da assistência como a psicologia, por exemplo, permitiu oferecer um suporte bem maior em casos assim, proporcionando esclarecimento com relação às medidas terapêuticas necessárias, os efeitos colaterais das medicações e as perspectivas prognósticas da doença.

Outros pilares dessa nova ordem na área da saúde são a preocupação de todos os profissionais envolvidos, em fornecer informações sobre a patologia e indicar a busca de fontes confiáveis de informação para leitura. 

O apoio para o conhecimento da doença, hoje naturalmente oferecido em todos os serviços públicos e privados, constitui uma enorme evolução, e levou muito tempo para se consolidar. O conhecimento torna as pessoas mais fortalecidas, ainda que a informação recebida não as favoreça, pois permite saber com que tipo de mal estão lidando e o que pode vir a ser feito.

Falar de conhecimento é matéria para muitos outros sábados aqui nesse nosso espaço, não só nas questões sobre saúde, mas de um modo geral. Afinal, o saber, é uma questão de cidadania.

Bom fim de semana a todos.

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*Dr. Eneas Rocco (CREMESP 25643) é formado pela Faculdade de Medicina da PUC-SP – Campus Sorocaba, com especialização pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Hospital Matarazzo de São Paulo.