Viação Avante/Itu assume atrasos em salários de motoristas

Gerente administrativo das empresas alega dificuldades financeiras e se mostra esperançoso com nova administração municipal

greve Onibus

Na última terça-feira (10), o transporte coletivo municipal de Itu amanheceu paralisado. Por volta das 4h, um motorista fechou o portão de acesso da garagem da empresa concessionária do serviço e impediu a saída dos ônibus. O motivo da manifestação é o atraso nos pagamentos dos salários e do vale-alimentação.

Segundo um motorista que preferiu não se manifestar, os atrasos vêm sendo frequentes. Outras paralisações já ocorreram ao longo desse período. O presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Itu e Região, Vitor Ribeiro de Carvalho, confirma os atrasos. Quem também confirma os atrasos é o gerente administrativo das Viações Itu e Avante, Marcos Assunção.

 “Realmente estamos enfrentando dificuldades desde 2013, quando houve o movimento ‘catraca livre’ e as tarifas de ônibus foram congeladas (e em alguns casos até reduzidas), porém os aumentos nos salários dos funcionários ocorreram normalmente. Isso começou a criar um acumulo de prejuízos que, em 2015, acabou desencadeando os atrasos”, alega o representante da concessionária.

“Nos anos seguintes, 2014 não tivemos reajuste de tarifa e 2015 e 2016 o que recebemos da Agência Reguladora foi parecer abaixo da inflação. Portanto fica complicado tentarmos cumprir com nossos compromissos junto aos funcionários”, aponta o gerente à reportagem do “Periscópio”. O último reajuste ocorreu em abril de 2016. Na oportunidade, a proposta das empresas foi de R$ 4,53, porém a Prefeitura permitiu reajuste de 9,09% do valor praticado no momento, passando de R$ 3,30 para os atuais R$ 3,60.

Marcos também informou que, no final da tarde do mesmo dia em que a greve foi iniciada, a empresa já havia quitado o valor atrasado quase que por completo e os motoristas aceitaram retornar ao trabalho. Naquele momento, cerca de 40% da frota estava em operação, segundo o presidente do Sindicato.

Ao JP, o gerente se mostrou esperançoso com a nova administração municipal. “Vamos ver se agora, com a nova administração e Câmara que se mostraram interessados em resolver os problemas, e caminhando juntos para o melhor da população e funcionários, conseguimos sair dessa situação”, declara Marcos.