Viva: A Vida É Uma Festa

Por André Roedel

Lembranças são importantes. Essa é a mensagem que o novo lançamento da Disney/Pixar quer passar, acima de qualquer entretenimento cinematográfico de férias de verão. Porque, como de costume nas produções de ambas as companhias, Viva: A Vida É Uma Festa – que, infelizmente, estreou em poucos cinemas do Brasil – traz um subtexto importante combinado com uma fantasia incrível e um encanto que só essa parceria conseguiu fazer no cinema.

O filme se passa no México durante o “Dia de Los Muertos”, tradicional celebração daquele país, em que os finados são homenageados pelos vivos. E é aí que a importância das lembranças é destacada. Não esquecer de seus parentes, seus amigos, as pessoas que você ama e que amam você. Essa é a mensagem acima de todas as outras em Viva: A Vida É Uma Festa, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Animação e forte concorrente do Oscar da mesma categoria.

Mas é claro que a animação tem momentos divertidos e aventurescos intercalados com esses mais emocionantes e introspectivos. Na trama, o jovem Miguel vem de uma família de sapateiros que detesta a música. Porém, o jovem menino demonstra talento musical e acaba descobrindo que um antepassado era um músico de mão cheia. Após enfrentar sua família para disputar um concurso de talentos, ele acaba indo parar misteriosamente no mundo dos mortos e conta com a ajuda de Hector para sair de lá.

E é nesse mundo fantástico que todas as aventuras acontecem. E, tal qual Divertida Mente, as alegorias usadas pela Pixar para representar a dinâmica de como os mortos visitam os entes queridos em vida – uma espécie de estação de trem ligada a uma ponte em que só passam aqueles cujo os familiares se lembraram de colocar fotos nas “oferendas” – são muito inventivas. No aspecto visual como um todo, o filme é de encher os olhos.

Os olhos também se enchem de lágrimas em muitos momentos. Isso porque o filme conta com diversas histórias de amor. Amor pela família, amor entre marido e mulher que acabou sendo interrompido e até mesmo amor aos animais – que ganham a forma de “alebrijes”, figuras populares no folclore mexicano. A cultura popular do país latino-americano, aliás, foi muito respeitada pelo filme – que originalmente se chama Coco, mas que no Brasil ganhou novo nome por motivos um tanto óbvios.

Viva: A Vida É Uma Festa é mais uma daquelas animações que apresentam significados diferentes de acordo com a idade do espectador. Quanto mais velho, mais forte é a mensagem passada. Porém, este filme certamente ficará eternamente na lembrança dos mais novos também. Vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

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