2ª edição do “Encontro T” acontece no Cila

Evento contou com troca de experiências e orientações jurídicas (Foto: Daniel Nápoli)

No último (30/04), foi sediado no Cila (Centro Ituano de Letras e Artes) o 2° Encontro T, voltado à população trans de Itu, realizado  pela Associação de Amigos da Diversidade (antiga Codisei), Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/Itu, Prefeitura de Itu e Governo do Estado de São Paulo. No encontro, foram debatidos diversos assuntos, além de troca de experiências sobre as temáticas: terapia hormonal, cirurgias, alteração de nome e gênero, saúde mental e sexual e políticas públicas e muito mais.

O evento contou com a presença de Athos Souza, educador comunitário, elaborador e produtor de projetos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), colaborador no SauDiversidade (Instituto de Saúde Integral para as pessoas LGBTQIA+), articulador social na Coordenadoria de IST/AIDS de São Paulo, digital influencer e homem trans; e Ana Flávia Toni de Souza Carvalho, advogada, pós-graduada em processo civil pela Faditu, pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global pela PUC/RS, presidente da Comissão da Diversidade Sexual da 53ª Subseção da OAB/SP, em Itu.

Participaram também: Ademir Corazza, chefe do departamento de saúde mental da secretaria de saúde de Itu, formado em Química pela Universidade Federal de São Carlos, Serviço Social e Acompanhamento Terapêutico em Éfeso, na Itália; Lenice Alves dos Santos, coordenadora do Setor do Serviço Social da Secretaria de Saúde, formada pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada, em Piracicaba.

Ao Periscópio, Felipe Cavalheiro,  facilitador do Programa de Inclusão Produtiva (pertencente à Prefeitura de Itu) e presidente da Associação Amigos da Diversidade, comentou a respeito do evento. “Hoje é um dia de muita importância para o movimento do interior paulista. Embora a atuação principal de nossa ONG seja Itu, ela abrange toda a Região Metropolitana de Sorocaba”.

Felipe destaca a importância do ato, que tem como um dos objetivos um mapeamento da população trans de Itu e região. “Essa luta da ONG de localizar onde estão esses LGBTs e principalmente o foco de hoje é a população trans, visando políticas públicas, visando quantificar para que a gente enquanto ONG, unido com sociedade civil, o Executivo e o Governo Estadual, a gente possa trazer políticas públicas para o interior paulista”.

O evento foi voltado à população trans visando saúde, orientações jurídicas, dentre outras. “Se perguntarem pra gente quantos LGBTs têm em Itu e região, não sabemos. Porque o IBGE ainda é falho nisso e por conta do medo, do preconceito, ainda temos muitos LGBTs, pessoas trans, que por mais que sejam abordados pelo IBGE não declaram isso, não declaram relacionamento homoafetivo”, prossegue Cavalheiro.

“Um dos principais objetivos da nossa ONG é mapeamento, porque sem números não conseguimos correr atrás de política pública”, diz Felipe que em breve terá um importante anúncio. “Começamos como um coletivo [Codisei] e no dia 17 de maio completamos quatro anos desse coletivo e vamos fazer um grande anúncio para a sociedade, para o interior paulista, que deixamos de ser um coletivo e passamos a ser a ONG, onde a gente deixa de pautar somente conteúdo LGBT e passamos a pautar conteúdo de diversidade cultural, étnica, religiosa e sexual”.

Ainda à reportagem, Felipe se pronunciou sobre o fechamento do Museu da Diversidade Sexual (MDS), ocorrido em decisão judicial do dia 8 de abril, tendo como base ação movida pelo deputado estadual Gil Diniz (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu argumento, Diniz aponta possíveis irregularidades cometidas pelo Instituto Odeon, responsável pelo espaço.

“É uma perda muito grande para toda diversidade, embora seja Museu da Diversidade Sexual, eu acho que é uma perda para a cultura tamanha. Eu acredito muito que ainda vamos conseguir reaver esse fechamento, eu acredito muito que isso tenha sido manobra política da bancada bolsonarista, mas vamos conseguir reaver isso”, conclui Cavalheiro. Conheça mais sobre a ONG através do Facebook ou do Instagram.