A Torre Negra

Por André Roedel

Um filme com um grande potencial, mas que não conseguiu atingi-lo. Assim é A Torre Negra, mais uma adaptação da clássica obra de Stephen King – agora para as telonas. O longa-metragem peca por não ir mais a fundo na inventiva trama criada pelo escritor, deixando tudo muito raso e apressado. Só para se ter uma ideia, os oito livros que compõem a saga foram condensados em 1h30 de exibição. Mas a produção está longe de ser ruim.

Existem boas cenas e, principalmente, boas atuações. O trio principal de atores, presente em praticamente todas as cenas, consegue dar força para o filme. Em especial o ótimo Idris Elba, que interpreta o Pistoleiro – figura que tem como missão proteger a Torre Negra, elemento vital para manter os diversos mundos separados. Em caso de um rompimento de tal artefato, um grande colapso interdimensional é eminente.

E quem quer derrubar a Torre é o Homem de Preto, vivido por Matthew McConaughey – um dos grandes nomes de Hollywood atualmente. Sua atuação é um tanto exagerada, mas que combina com o excêntrico personagem. Em meio a esse conflito surge o garoto Jake (Tom Taylor), que tem visões do mundo onde o Homem de Preto e o Pistoleiro digladiam. E ele acaba entrando no meio da confusão, sendo vital para os planos do vilão.

Uma história muito interessante, mas que foi extremamente mal adaptada para as telonas. Um dos pontos que mais me incomodaram foi a duração do filme. Pouco tempo para desenvolver conceitos tão complexos, como viagens entre dimensões e a própria mitologia da trama. Fica a impressão de que foi tudo meio “jogado”, fazendo que o espectador não se identifique com nada.

A direção de Nikolaj Arcel é simples, mas competente, porém o design de produção e (principalmente) o roteiro poderiam ser mais esmerados. Não há nenhum momento marcante no filme, nenhum diálogo que chame a atenção. Parece um filme feito para ser esquecido logo após você sair da sala de cinema. E não era para ser assim, visto que os leitores da obra original se tornariam grandes fãs.

Em resumo, A Torre Negra é um filme com bons momentos, mas que está longe do que prometeu em sua campanha de marketing – ou mesmo do que podia. Faz um “feijão com arroz” sem muito tempero, mas que dá para ser encarado. Com uma bilheteria que só está pagando a produção por conta do orçamento reduzido (o que talvez justifique a falta de investimento no design de produção), o longa muito provavelmente não terá continuação. E é uma pena, porque alguns momentos dele deixam com aquele gostinho de quero mais.

 

Nota:

 

 

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