Cinerama: Como Matar a Besta

Filme exibido em diversos festival explora o desejo (Foto: Divulgação)

Matar a La Bestia, Drama/Ficção, 2021
Direção: Agustina San Martín |Estreia dia 28 de abril

Nota: ★★★

A nova edição da Sessão Vitrine começa no próximo dia 28, com “Como Matar a Besta”, coprodução entre Argentina, Brasil e Chile, com direção da argentina Agustina San Martín, premiada no Festival de Cannes de 2019, com seu curta “Monstruoso Dios”. O filme foi exibido em diversos festivais, entre eles Toronto e Festival do Rio, e estará em alguns cinemas com sessões a preços populares.

Nesta produção conjunta entre Argentina e Brasil, somos transportados para uma cidadezinha na fronteira entre os dois países, no meio do nada, em que nem sinal de telefone chega. É nesse cenário que a jovem Emilia (a estreante Tamara Rocca) parte, em busca de seu irmão desaparecido e também de autoconhecimento.

Lá ela descobre que fronteiras são divididas por linhas imaginárias. E o limite entre real e imaginário é muito explorado no filme, que é permeado ainda pela caçada a uma suposta criatura que amedronta os moradores do vilarejo – a terrível besta.

A roteirista e diretora argentina Agustina San Martín conta que muito da inspiração para seu longa de estreia vem de sonhos. “Sempre tive sonhos memoráveis dos quais me lembro perfeitamente. E sempre deixo a porta aberta para eles, pois me mostram as coisas”, disse em entrevista ao site The Talks.

Para a diretora, seu filme é uma combinação de diversos elementos folclóricos e mitológicos da região norte da Argentina. “Sempre gostei de inventar mundos. Sempre achei a ficção mais empolgante do que a vida real, por isso sempre gostei de filmes de terror”.

As atuações não são primorosas e o ritmo lento (que faz um filme de 1h20 parecer durar bem mais) atrapalha, mas no geral “Como Matar a Besta” traz simbolismos interessantes baseados numa realidade conhecida por qualquer um que mora no interior. Isso sem falar que o filme explora o desejo e a autodescoberta feminina, sem parecer panfletário ou piegas. Vale a pena conferir.