Prefeito posta contra vereadores de oposição, que reagem em sessão

As sessões extraordinárias não foram quentes apenas no plenário da Câmara. No ambiente virtual também houve bate-boca indireto. Isso porque o prefeito Guilherme Gazzola (PL), que acompanhava a votação de forma online, resolveu provocar os vereadores de oposição através de postagens nos stories do seu perfil no Instagram, que tem mais de 11 mil seguidores.

O chefe do Executivo abriu uma “caixa de perguntas” com os rostos dos quatro opositores ao fundo, convocando seus seguidores a opinar sobre os “vereadores que votaram contra o aumento dos servidores”, nas palavras dele. Isso porque a Reforma Administrativa eleva o piso salarial da Prefeitura, apesar de a oposição criticar que haverá perdas.

Os comentários foram diversos, alguns com insinuações baixas. Não dá para saber quem escreveu as mensagens. Em uma delas, um seguidor aponta que dois vereadores “têm dor de corno, um tem complexo de tamanho e a outra nem sabe o que está fazendo lá”.

Em outro post, Gazzola escreveu que “tem bandido se passando por mocinho, parece que a polícia pode prender o conhecido cacareco”. Em outro, escreveu: “um canalha que extorque traficante chega a dar vergonha”. Os stories duram apenas 24 horas, por isso não podem mais ser conferidos no perfil do prefeito.

Os opositores não deixaram barato. O que mais sentiu as provocações e insinuações foi Moacir Cova (PSC), que é investigador da Polícia Civil e vem tendo atritos com Gazzola desde antes da eleição. Cova disse que o prefeito não tem o direito de fazer o que fez e fez insinuações: “Gostaria de deixar um recado para o prefeito: eu não uso drogas, eu não cheiro cocaína e se quiser exame toxicológico, estou aqui à disposição”.

José Galvão (União Brasil) disse que é “inadmissível ter um prefeito que age dessa forma”. Patrícia da ASPA (PSD) afirmou que os “comentários são uma falta de respeito aos vereadores”. Já Eduardo Ortiz (MDB) declarou em suas redes sociais que não precisa “que ninguém poste nada nas redes sociais sobre os meus votos em plenário”. Em plenário, ele também disse que o prefeito não tem imunidade parlamentar e deixou no ar um possível processo contra ele.