Jornalista ituano relata trabalho no TSE

Rodrigo Stucchi em frente ao TSE, em Brasília. Jornalista acompanha os bastidores das eleições (Foto: Arquivo pessoal)

A eleição do último domingo (02) foi acompanhada de perto por um ituano. Não se tratava de nenhum político ou jurista, mas, sim, um jornalista. Rodrigo Stucchi, que também é escritor e assessor de comunicação, viveu os bastidores do pleito através de seu trabalho, na assessoria de imprensa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 Stucchi conta que o TSE estava recrutando profissionais de imprensa, já que, neste período eleitoral, a demanda aumentou muito. “Eram duas vagas, fiz um processo seletivo e entrei para integrar a secretaria de comunicação”, conta ele, que entrou no início de agosto e chegou a cobrir a posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do tribunal eleitoral.

No TSE, o jornalista acompanha todas as sessões plenárias e reuniões dos ministros com entidades, como as Forças Armadas e TCU (Tribunal de Contas da União). “Um trabalho muito interessante que eu tenho acompanhado é referente às urnas eletrônicas. Por exemplo: a Polícia Federal ficou lá uma semana inspecionando código-fonte, hardware, as mudanças e tudo mais. Eles já conhecem o sistema e todo ano vão lá fazer vistorias”.

O ituano relata que já viu técnicos do TSE abrirem a urna e mostrarem o equipamento para os agentes. Segundo ele, aquela história de que a urna usa o mesmo hardware desde 1996 é mentira. “As urnas estão sempre recebendo atualizações e a urna mais moderna que tem hoje é a UE2020, que foi usada nas eleições municipais há dois anos e recebeu novas atualizações”, conta Stucchi.

Também sobre as urnas, o ituano reforça a informação de que o equipamento não é ligado à internet, o que impede qualquer possibilidade de invasão ao sistema. Stucchi ainda comenta sobre a chamada “sala secreta do TSE”, que de secreta não tem nada. “Essa sala nunca foi secreta. Inclusive tem uma matéria que eu escrevi no dia do pleito que todas as entidades credenciadas, que estão fazendo auditoria nas urnas, visitaram essa sala no dia da eleição”.

Stucchi cita outras matérias que escreveu, como as que relatam as auditorias feitas por organizações estrangeiras que atestam a segurança das urnas brasileiras. “Um mexicano, inclusive, que é chefe da missão da Uniore (Missão de Observação Eleitoral da União Interamericana de Organismos Eleitorais) falou que é a melhor urna que ele viu na vida, e ele inspeciona urnas no mundo inteiro”, aponta o jornalista, quebrando o mito de que só o Brasil adota o sistema eletrônico de votação. Segundo ele, os organismos internacionais colocam a democracia brasileira como um “exemplo a ser seguido”.

Ainda de acordo com o jornalista, o melhor lugar para se informar sobre a lisura das eleições é no site do TSE (tse.jus.br) e nas demais redes oficiais do tribunal. “Ali a gente detalha todo o processo para que a pessoa se informe com qualidade e rebata as fake news que deve receber por WhatsApp, e-mail ou que ouviu falar na rua”, explica.

Após um trabalho intenso no primeiro turno, Rodrigo Stucchi se prepara para a cobertura do segundo turno, que acontece no próximo dia 30 de novembro e irá definir os governadores de 12 estados (incluindo São Paulo), além do próximo presidente da República. Segundo ele, as expectativas são para que tudo transcorra sem problemas como no último dia 2.

“No primeiro turno a gente estava realmente preocupado com essa violência política, clima de muito embate, principalmente contra o sistema eleitoral, só que a gente viu que o povo brasileiro não está caindo nessa, tirando alguns casos isolados”, relata Stucchi. “A expectativa é para que as pessoas se comportem novamente muito bem, que aceitem seja o resultado que for, confiem na Justiça Eleitoral, porque, realmente, o sistema é extremamente confiável, e busquem se informar por veículos de credibilidade e principalmente pelo site do TSE”.

 O ituano finaliza dizendo ter muito orgulho de servir ao seu país com o seu trabalho. “Eu sou jornalista então a melhor forma é fazendo jornalismo de qualidade, trabalhando pela democracia em uma instituição tão confiável como o TSE”, encerra.