Tomorrowland Brasil agitará a cidade de Itu

Montagem dos palcos e de toda a estrutura do Tomorrowland Brasil no Parque Maeda está na reta final (Foto: Tucano)

Em menos de duas semanas, a cidade de Itu receberá turistas de diversas partes do Brasil e do mundo para a terceira edição do Tomorrowland Brasil, versão nacional do maior festival de música eletrônica do mundo, que acontece no Parque Maeda nos dias 12, 13 e 14 de outubro.

Com ingressos esgotados poucas horas após a abertura das vendas, o evento irá impactar diretamente a economia da cidade, já que se esperam mais de 180 mil pessoas que irão consumir e se hospedar. Aliás, a maioria dos hotéis atingiram capacidade máxima.

Pensando nisso, uma oportunidade de se ganhar dinheiro é oferecer hospedagem em casas desocupadas ou mesmo em quartos compartilhados através de sites como Airbnb. A plataforma, aliás, está repleta de anúncios de casas e chácaras por preços que variam de R$ 1 mil a R$ 3 mil a diária.

O Tomorrowland Brasil também terá o acampamento DreamVille, que traz estrutura de camping, banheiros com chuveiros e opções exclusivas de alimentação. Quem adquirir um espaço na vila terá ainda uma festa exclusiva no dia 11 de outubro, um dia antes do início dos shows para todo o público.

Para garantir a segurança do grande contingente de visitantes, o evento contará com o ECC (Event Control Center) – Centro de Controle de Eventos, que funcionará como uma central de monitoramento e segurança, com câmeras 24 horas, cuidando até de mudanças meteorológicas ou outras questões de força maior. O local terá vista para todo o festival por um total de 75 câmeras cobrindo todo o espaço. Além da equipe contratada pelo Tomorrowland Brasil, as autoridades públicas estarão diretamente conectadas com o ECC, dando força para esta operação.

Toda a estrutura de palcos e cenografia já está em fase final de montagem no Parque Maeda, que estará com suas atividades paralisadas entre os dias 02 e 19 de outubro por conta da realização do Tomorrowland Brasil. As outras duas edições, que aconteceram em 2015 e 2016, também foram sediadas pelo complexo turístico.

Além da Arena Maeda, o Tomorrowland utiliza diversas outras áreas do empreendimento, como é o caso da Pousada Maeda, que receberá integrantes do staff do evento e estará com ocupação máxima. Todos os salões e galpões também são utilizados para montagem da estrutura necessária. Dessa forma, para garantir a segurança, o local suspenderá suas atividades em boa parte do mês. Entre os dias 02 e 19, apenas trabalhadores do evento, que ocorre entre os dias 12 e 14 de outubro, poderão circular. As atividades normais do Parque e da Pousada Maeda retornam a partir do dia 20 de outubro.

Vagas

Ainda há vagas para quem quer descolar uma “graninha” com o Tomorrowland Brasil. Dezenas de vagas temporárias de emprego ainda estão disponíveis para quem quiser trabalhar no maior festival de música eletrônica do mundo. A equipe organizadora do Tomorrowland colocou à disposição vagas na área da limpeza, reciclagem, orientação de público, bilheteria, entre outras opções.

Os interessados podem procurar diretamente os PAT (Postos de Atendimento ao Trabalhador) de Itu, localizados na Prefeitura de Itu (bairro Itu Novo Centro) e na Subprefeitura do Pirapitingui (Cidade Nova). Mais informações pelos telefones: (11) 4886-9070 e (11) 4025-4858.

Mario Sergio Albuquerque é o diretor do Tomorrowland Brasil (Foto: Tucano)

Entrevista com Mario Sergio Albuquerque

No último dia 18 de setembro, durante o lançamento do documentário “We Are Tomorrow” no Cine Plaza, a reportagem conversou com o diretor do Tomorrowland Brasil, Mario Sergio Albuquerque, que comentou sobre a expectativa para o evento. Confira abaixo o bate-papo:

JP: Como estão os preparativos faltando menos de um mês?

A gente iniciou a montagem no dia 28 de agosto. A montagem é a “ponta do iceberg”. O evento está sendo planejado desde fevereiro do ano passado. Agora a gente está focado na parte final da operação. Boa parte da equipe já está contratada, mas a gente ainda tem alguns postos de trabalho, que inclusive estão disponíveis através do PAT, que está nos ajudando bastante.

JP: Este ano a proposta do Tomorrowland foi se aproximar mais da cidade. Como foi esse trabalho?

É extremamente importante. Não só o Tomorrowland, mas muitos eventos de música tiveram um estigma no passado, e hoje a gente vê o tamanho que a indústria se tornou. Nós temos duas missões: desmistificar o que é o Tomorrowland e, sem dúvida nenhuma, fazer com que a cidade de certa forma tenha o pertencimento e orgulho do tamanho que é o festival. São poucos eventos no mundo que conseguem atrair a quantidade de nacionalidades que a gente está atraindo e trazendo para Itu. São 98 países diferentes, mais de 22 mil turistas, e a gente tem o objetivo em três anos de ser um festival que tem metade do seu público internacional. E para isso é importante a cidade abraçar. Não só a cidade, enquanto Poder Público, mas também a população, para entender as oportunidades que isso traz. Na Bélgica, por exemplo, na cidade de Boom são 22 mil habitantes e praticamente a cidade inteira se transforma em Airbnb porque as pessoas não têm onde ficar. Ou elas ficam em Bruxelas, ou em Antuérpia, que são 30 minutos de carro. Na cidade local, as pessoas saem de suas casas para fazer uma renda extra. Tem uma série de oportunidades. Dentro do evento estamos abrindo as portas para os comerciantes locais, a gente tem farmácia, restaurante. Temos uma série de iniciativas e incentivos para que a cidade tenha pertencimento do Tomorrowland.

JP: E a expectativa é de impacto na economia regional de R$ 700 milhões?

Quando a gente fala nesses números, é o impacto direto e indireto. Todos os hotéis da região estão completamente esgotados. Se você olhar hoje, num raio de 60 km você não acha hotel. Tanto que uma operação de transporte vindo de São Paulo é necessária. A gente tem uma expectativa de quase 12 mil pessoas sendo transportadas em ônibus privados de São Paulo para cá pela falta de hospedagem. Quem sabe isso, no médio e longo prazo, a gente consegue também incentivar o desenvolvimento de novos hotéis.