A Lenda de Tarzan

A Lenda de Tarzan 2

Por André Roedel

Existem diversos filmes que têm uma proposta muito boa, elenco de primeira, história legal… Enfim, têm tudo para se tornarem grandes sucessos, mas não engrenam. Acabam sendo apenas mais uma produção entre as dezenas que são lançadas semanalmente nos cinemas mundo afora. Esse é o caso de A Lenda de Tarzan, em cartaz desde o dia 21 de julho.

Dirigido por David Yates (da franquia Harry Potter), o filme faz uma releitura do clássico personagem criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs. Nesta obra, vemos Tarzan (interpretado por Alexander Skarsgård, que ficou mais conhecido pela série True Blood) já longe da selva africana, vivendo na Inglaterra da década de 1930 com seu nome verdadeiro, John Clayton III, o Lorde Greystoke.

Os primeiros minutos do longa-metragem servem para introduzir o contexto político do Congo, terra onde o personagem cresceu. Porém, faz de uma forma que o espectador comum não compreende bem. Resultado: torna-se um filme modorrento justamente no momento em que deveria prender a atenção. Culpa do roteiro, que se mostra perdido em outros momentos também.

Outra falha do filme é a falta de expressividade do protagonista. Skarsgård não consegue tornar Tarzan um personagem carismático. Restou a ele apelar ao abdômen definido para atrair a atenção de parte do público. Quem ganha com isso são os coadjuvantes, que roubam a cena sem muito esforço. É o caso de Margot Robbie, que faz a destemida Jane, e Samuel L. Jackson, intérprete de George Washington Williams, companheiro de Tarzan durante sua empreitada no coração da África.

O único destaque mesmo é o vilão Capitão Leon Rom. Vivido pelo fenomenal Christoph Waltz (o Coronel Hans Landa de Bastardos Inglórios, filme de Quentin Tarantino), o caricato antagonista acaba chamando mais atenção que o mocinho. A mando do rei belga Leopoldo, o mercenário vai ao Congo em busca das míticas joias de Opar e se depara com uma tribo que quer a cabeça de Tarzan – e é aí que começa a disputa entre os dois.

Mas serei justo: A Lenda de Tarzan tem uma belíssima fotografia e soube usar com correção os efeitos computadorizados – presentes constantemente. Só que isso não salva a produção dos males causados pelo roteiro um tanto bagunçado, a trama arrastada em boa parte do tempo de exibição e a falta de brilho do protagonista. Está longe de ser uma bomba, mas também está longe de ser um dos melhores filmes do ano.