Apeoesp se pronuncia contra ameaças

A Direção Regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) Subsede Salto, emitiu um comunicado na última quinta-feira (13), a respeito dos ataques recentes e ameaças de novas violências em instituições de ensino do país.

Em comunicado, a Apeoesp comenta que “os professores e professoras que atuam diariamente em salas de aulas, públicas, municipais, estaduais ou mesmo particulares, são vítimas da sociedade cada vez mais doente, que continua empurrando para as escolas, os problemas que se acumulam na família, no convívio comunitário, no mundo do trabalho, no meio político, dentre outros”.

Diretora Estadual e Coordenadora na Subsede de Salto da Apeoesp, professora Rita Diniz desabafa. “Somos vítimas deste adoecimento social e qualquer política de prevenção efetiva da violência, de ampliação da segurança, deve passar primeiro pela opinião do professor e da professora”.

Rita afirma que a Apeoesp tem sido pioneira na preocupação com a saúde do professorado e quase que uma voz solitária para denunciar a violência cada vez mais presente nas escolas, nos últimos anos.

Para a educadora, um dos grandes propulsores da agressividade em sala de aula ocorreu com a política de estímulo ao armamento das pessoas, de não aceitação da opinião diferente, ocorrida nos últimos anos. “Se questões políticas dividiram famílias, afastaram amigos e estimularam a resolução de conflitos com o uso da força, isso também atingiu os estudantes e a escola e os professores”, lamenta.

Em Salto e região, Rita diz que a situação não é diferente do restante do país, com muitos problemas graves que impactam no ambiente e na segurança escolar.

“A política cruel do governo anterior de desvalorização e desmobilização do professor acabou por afastar muitos das salas de aulas. Com menos professores, menos profissionais de apoio e com uma política que persegue o professor, foi um passo para que o professor, antes valorizado, fosse tratado por todos, como um enfeite, sem voz e sem vez”, segue opinando a professora.

“Mais do que botão do pânico, mais do que vigilantes e policiais, aumento dos muros, câmeras de segurança, Rita diz que as escolas precisam se reinventar, tornar-se um local agradável e aproximar-se da comunidade. “Temos que nos redescobrir como sociedade, como família, como escola e nos aproximarmos novamente. Foi-se o tempo que pais e mães e estudantes viam na escola e no professor, uma referência. Hoje, com tudo que temos visto nos últimos anos, a escola virou um palco de guerra ou de disputa. Isso tem que mudar”, finaliza.