Cinerama: Meu Nome é Gal

Sophie Charlotte tem boa atuação, mas aquém do legado de Gal Costa (Foto: Divulgação)

Biografia/Drama, 2023 | Direção: Dandara Ferreira, Lô Politi | Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 1h30 | Disponível para aluguel digital

A biografia de Gal Costa não faz jus a uma das maiores intérpretes (talvez a maior) desse país. Lançado neste ano e já disponível para aluguel digital nas principais plataformas, “Meu Nome é Gal”, que aposta em mostrar um recorte muito específico da vida da cantora baiana, peca em banalizar um dos momentos de maior efervescência da cultura brasileira.

O surgimento da Tropicália é mostrado como uma simples reunião de amigos artistas – retratados de forma até pedante, como o Caetano Veloso interpretado por Rodrigo Lelis.  Gal, vivida pela ótima Sophie Charlotte, muitas vezes é ofuscada em um filme que deveria contar a sua história. Mesmo com a atriz se entregando de corpo e alma, o que vemos em cena não é dos melhores resultados.

O roteiro é confuso, há um entra e sai constante de personagens e não há espaço para o talento de Gal ser mostrado de fato. Até mesmo todo o conflito com os militares em plena ditadura não tem o peso necessário em tela. Com apenas 1h30 de duração, muita coisa acabou atropelada.

Ao fim, as diretoras Dandara Ferreira (que inclusive vive Maria Bethânia em algumas cenas) e Lô Politi prestam uma homenagem à cantora, que faleceu no fim do ano passado sem ver o longa-metragem pronto, exibindo gravações de suas apresentações mais marcantes – o que acaba sendo, talvez, o melhor momento do filme.

Nota: ★★★