Cinerama: Nimona

Nimona é uma garota que consegue se transformar na criatura que quiser (Foto: Divulgação/Netflix)

Aventura, 2023 | Direção: Nick Bruno, Troy Quane | Classificação indicativa: 10 anos | Duração: 1h38 | Disponível na Netflix

Baseado nos quadrinhos de ND Stevenson (publicado no Brasil pela editora Intrínseca e, infelizmente, fora de catálogo), “Nimona” é uma encantadora fábula moderna. Tal como os melhores filmes da Pixar, a produção que foi iniciada pela Blue Sky e acabou sendo lançada pela Annapurna Pictures na Netflix agrada a todos os públicos e traz mensagens importantes. Mas, por não ser da Disney, consegue ser mais ácida.

A trama se passa em um reino com tecnologia avançada e protegido por uma guarda composta por herdeiros da elite, onde um jovem plebeu está prestes a ser condecorado cavaleiro. Mas ele acaba se tornando o principal suspeito da morte da rainha e precisa se unir a Nimona, uma menina capaz de se transformar na criatura que quiser, para provar a sua inocência.

A caprichada animação disfarçada de conto de fadas é, na verdade, uma potente metáfora sobre a necessidade de respeitarmos as pessoas LGBTQIA+ (o autor da obra original, aliás, se identifica como uma pessoa não binária trans masculina). E faz isso de uma forma singela, educativa e emocionante. O único porém fica para algumas mudanças da obra original e o final em aberto – feito, obviamente, para deixar brecha para uma sequência.

Mesmo quem não pescar a analogia (tem que ser muito tapado para não perceber) vai curtir uma animação bem-feita, com humor e aventura na medida certa, já que “Nimona”, apesar de não esconder sua mensagem, não deixa de lado o entretenimento. Uma ótima pedida para as férias escolares.

Nota: ★★★★