Cinerama: Oppenheimer

Acostumado a ser coadjuvante, Cillian Murphy brilha no papel principal (Foto: Divulgação)

Drama/Guerra, 2023 | Direção: Christopher Nolan | Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 3h00

Eu venho achando Christopher Nolan um tanto pretensioso filme após filme. Depois de consolidado como um diretor de sucesso com clássicos modernos como “Batman: O Cavaleiro das Trevas” e “A Origem”, parece que ele se blindou e pensa que pode tudo. Vide o fracasso de crítica e público que foi “Tenet”, lançado durante a pandemia. Mas, com “Oppenheimer”, ele mostra que ainda tem muita lenha pra queimar.

O filme traz um recorte da vida de J. Robert Oppenheimer (vivido incrivelmente por Cillian Murphy), considerado o “pai” da bomba atômica. Mas, como toda obra do diretor britânico, nada é feito de maneira simplista. O roteiro, também assinado por ele, é complexo, por vezes confuso, mas, tal qual um quebra-cabeça que vai revelando sua imagem à medida que as peças vão sendo dispostas na mesa, no final tudo se encaixa. E isso no compasso do tique-taque de uma bomba.

Tinha medo que Cillian Murphy, acostumado com papéis coadjuvantes com Nolan, não segurasse a bronca do protagonismo, mas ele vai muito bem. Assim como Robert Downey Jr., que no papel do almirante Lewis Strauss tem uma performance incrível e tem tudo para levar o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

Some às grandes atuações a espetacular edição de som, um dos grandes trunfos, e temos um filme tecnicamente perfeito, com diálogos interminavelmente bem construídos (às vezes verborrágico demais, confesso) e potente tal qual a devastadora bomba que vitimou centenas de milhares de japoneses na Segunda Guerra Mundial. Filmaço!

Nota: ★★★★★