Comarei coleta 10 toneladas de materiais recicláveis por dia em Itu, em média

Vista aérea da sede da Comarei, que fica localizada no bairro São Judas Tadeu. Cooperativa também possui uma filial localizada na região do Pirapitingui (Foto: Divulgação/Comarei)

No dia 5 de junho é celebrado o Dia Nacional da Reciclagem, que visa conscientizar as pessoas sobre a importância da coleta seletiva, sabendo destinar os materiais recicláveis para os locais adequados. Reciclar nada mais é do que recuperar a parte reutilizável de produtos consumidos para reintroduzi-los no ciclo de produção de sua origem ou para a criação de outros objetos a partir dessa matéria-prima.

Mais do que simplesmente saber depositar os materiais recicláveis nas lixeiras corretas na rua, é de extrema importância separar o lixo reciclável do comum em casa, o que ajuda a não sobrecarregar aterros e “lixões” com lixo inadequado e aumenta a rotatividade de reciclagem.

Internacionalmente, o Dia Mundial da Reciclagem é comemorado em 17 de maio. Esta data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em Itu, existe a Comarei (Cooperativa de Materiais Recicláveis de Itu), que foi fundada em 2001 e, desde então, é a responsável pela coleta seletiva na cidade.

A reportagem manteve contato com o presidente da cooperativa, José Soares da Silva. Ele informa que, em média, são coletadas 10 toneladas de material reciclável por dia em Itu. “Durante a pandemia aumentou consideravelmente o volume coletado, pois muitos catadores avulsos pararam a coleta nas ruas, ficando mais material para a coleta seletiva”, conta o dirigente. Hoje, a Comarei conta com 62 cooperados, entre a sede (localizada no bairro São Judas Tadeu) e a filial no Pirapitingui.

Segundo ele, o maior desafio para as cooperativas de reciclagem é a queda nos preços dos materiais e o fato de muitas empresas recicladoras estarem diminuindo o volume de compra. “O papelão teve uma redução na comercialização em mais de 50% na região e a consequente queda nos preços, reduzindo pela metade em relação ao mesmo período de 2022. A indústria do plástico também teve uma queda considerável tanto na comercialização quanto nos preços”, explica o presidente.

“Uma população consciente muda o conceito da cidade, onde todos ganham”
JOSÉ SOARES DA SILVA, presidente da Comarei

José Soares também alerta para outra dificuldade, que é a coleta “paralela” de catadores não-cooperados. “A coleta ‘paralela’ continua na ativa e também gera um impacto negativo tanto no volume coletado pela cooperativa como também a insatisfação dos moradores, onde os mesmos reviram os materiais e coletam apenas os de interesse naqueles com maior de comercialização, e neste período, onde o preço do papelão despencou, estão deixando de coletar”.

Em Itu, os materiais mais coletados são papelão, plásticos em geral e vidro. Já os bairros que mais aderem à coleta seletiva, segundo José Soares, são Parque Industrial, Bairro Brasil, Vila Progresso e Padre Bento. É possível conferir na internet o cronograma da passagem do caminhão da Comarei e mais informações sobre o que é e o que não é reciclável. O link é https://bit.ly/3MOorhe.

“Vale ressaltar que, recentemente, firmamos parceria com empresas recicladoras para destinar corretamente as embalagens de plásticos flexíveis, aquelas de salgadinhos, pó de café, etc. onde são compostas de dupla camada, muitas metalizadas. Isto gerou um impacto positivo, pois além de contribuir com a redução do percentual de rejeito, aumentou a geração de renda com a comercialização destes materiais. Outras embalagens que estamos destinando corretamente são as cápsulas de café, isopor, óleo de fritura e todos os eletrônicos”, relata o presidente da cooperativa.

Conscientização

Para o representante da Comarei, a conscientização sobre a coleta seletiva aumentou consideravelmente. “Porém, ainda temos uma grande parcela da comunidade que não separa e coloca tudo nos containers das ruas, contribuindo, assim, com a coleta paralela. O maior impacto da coleta paralela é que não existem dados de volume e nem para quem são destinados. Todos os dados de coleta, comercialização e rejeito são repassados para a Secretaria de Meio Ambiente, onde são gerados os índices para o município”, destaca José Soares.

Outro fator importante, segundo ele, é que as comercializações de todos os materiais da cooperativa são revertidos para a logística reversa, onde são gerados créditos para investimentos na cooperativa dando melhores condições de trabalho, segurança e remuneração. “A Comarei atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos e legislações ambientais, onde os dados dos materiais comercializados atendem as normas da CETESB com emissão de MTR (Manifesto de Transporte de Resíduos) com total controle de rastreabilidade”, informa.

Por fim, o presidente da Comarei destaca que fazer a separação dos recicláveis e destinar corretamente para o sistema de coleta seletiva é obrigação de cada cidadão previsto em Lei Federal. “Porém, infelizmente não há fiscalização e isto depende da mudança de conceito de cada um. Vemos diariamente nas mídias a importância da preservação do nosso meio ambiente e é de nossa responsabilidade fazermos a nossa parte de destinar corretamente nossos resíduos”.

“Em Itu, existe a coleta seletiva há mais de 22 anos e somos referência na região. Destacamos a importância ambiental e social com a geração de trabalho e renda através dos recicláveis onde muitas famílias têm o seu trabalho e sustento com a reciclagem. Uma população consciente muda o conceito da cidade, onde todos ganham, seja o setor público, empresas, comércio e a sociedade no modo geral. A Comarei atende não somente a população, como também, muitas empresas que destinam seus recicláveis, seja por contratação de prestação de serviços ou solidariamente”, finaliza.