Deadpool 2

Por André Roedel

Maior e melhor. Assim é Deadpool 2, continuação do sucesso de 2016 da Fox e que mostrou um novo caminho para as adaptações de quadrinhos de super-herói. Aliás, chamar Deadpool (novamente bem interpretado por Ryan Reynolds) de super-herói é meio complicado. O personagem criado pelo roteirista e desenhista-que-não-sabe-desenhar-pés Rob Liefeld está mais para uma grande paródia desse universo repleto de poderes e colantes coloridos do que um herói de fato.

E tanto o primeiro filme quanto a sequência abraçam essa ideia, fazendo piada de tudo e de todos. É sério: ninguém escapa! Deadpool 2 intensifica a gargalhada, provocando cenas mais absurdas e ainda mais cômicas. A trama do longa-metragem – auto-intitulado “um filme de família” – mostra o personagem principal já estabelecido como um mercenário, matando pessoas ainda mais barras-pesadas.

Em meio a isso, surge Cable (Josh Brolin), que vem do futuro para tentar eliminar um mutante ainda criança (Julian Dennison), que causará dor e destruição para sua família. E no meio dessa história clichê à la Exterminador do Futuro, Deadpool faz um grande show de stand up comedy de quase duas horas. A maioria das piadas funcionam – principalmente para quem conhece o universo da cultura pop. É impossível não se divertir com referências ao Universo Marvel, a Hugh Jackman (o eterno Wolverine) e até mesmo à cantora Taylor Swift!

Com cenas de combate muito bem dirigidas pelo diretor David Leitch (que substitui Tim Miller), o filme também manda bem enquanto longa de ação, trazendo combates envolventes e coreografados de maneira quase que primorosa. A única coisa que estraga em determinadas batalhas são os efeitos visuais pobres – talvez feitos propositalmente.

A trilha sonora de Deadpool 2, repleta de hits das décadas de 1980 e 1990 considerados bregas, também dá uma cadência toda especial à produção, que pode ser chamada de o “Guardiões da Galáxia para maiores”, visto que bebe da mesma fonte do sucesso da Marvel Studios, mas com uma pegada mais visceral e adulta.

Falando nisso, muito se comentou sobre a classificação indicativa do filme – que inicialmente foi indicado somente para maiores de 18 anos, depois teve a censura abrandada (permitido para menores de 16 anos acompanhados dos pais). Particularmente acho que a película foi feita para espectadores maduros. Crianças devem passar longe. Já os adolescentes, cabe aos pais decidirem.

Independente disso, Deadpool 2 já é um merecido sucesso de bilheteria e mostra que é possível ousar num gênero que vem mostrando cansaço, que é o cinema de super-heróis. Agora, cabe a ele próprio a tarefa de não se repetir nas prováveis continuações. Porque até aqui vem agradando, fazendo valer o ingresso.

 

Nota:

 

 

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