Esquadrão Suicida

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Por André Roedel

Eu realmente gostei do controverso Batman vs Superman: A Origem da Justiça, segundo filme do universo cinematográfico da DC Comics. Sou fã da visão que o diretor Zack Snyder tem dos maiores heróis de todos os tempos. Porém, com uma crítica ferrenha como adversária, o filme não foi o sucesso de bilheteria que a Warner esperava. Resultado? Mudanças nos planos já traçados.

E isso claramente afetou Esquadrão Suicida, novo longa-metragem que se passa no mesmo universo. Dirigido e escrito por David Ayer (Corações de Ferro), o filme passou por refilmagens para ganhar um tom mais descontraído – e isso é visível. Com isso, o que poderia ser um revolucionário filme de super-heróis (super-vilões, na verdade) se torna apenas mais um filme de ação padrão.

Esquadrão Suicida se passa após os eventos de A Origem da Justiça. Superman está morto e o governo americano começa a se preocupar com novas ameaças que surgem a todo o momento. Então a burocrata Amanda Waller (interpretada pela sensacional Viola Davis) resolve reunir condenados para salvar o mundo. Caso tenham sucesso, as penas deles são abrandadas. Caso contrário, são usados como bodes expiatórios. E se tentam escapar, são explodidos (literalmente).

O início do filme é confuso, por conta do roteiro sofrível. As apresentações dos personagens são desconexas e falhas. Mas, depois que eles são introduzidos, a coisa começa a andar nos trilhos. Só que a trama degringola de novo quando a grande – e genérica – ameaça é estabelecida. O filme segue, basicamente, a estrutura de um game, com os vilões tendo que passar por fases e enfrentar problemas de maiores escalas. Ah, e tem o Coringa de Jared Leto, que não funcionou e incomoda quem é fã das HQs.

A melhor coisa de Esquadrão Suicida é a interação dos personagens, principalmente entre a sexy Arlequina (Margot Robbie) e o carismático Pistoleiro (Will Smith). Os dois são, de longe, os grandes destaques do filme. Mas, pra mim, o personagem mais interessante foi El Diablo (Jay Hernandez). Ele é o que melhor desperta empatia no espectador, além de se revelar muito poderoso no fim.

Apesar da trama simplória e previsível, Esquadrão Suicida é um filme bem divertido, com um visual ótimo e uma trilha sonora espetacular (apesar de mal executada em vários momentos) e que provavelmente terá um bom retorno financeiro, pois aposta no espectador médio – o que vai agradar muito os acionistas da Warner. Mas, para um fã de quadrinhos e apreciador de bons filmes como eu, fica aquela sensação de decepção, pois poderia ser bem melhor.