Homem é preso em Itu durante operação do MP

Além de Itu, os mandados foram cumpridos em outras 11 cidades do Estado de São Paulo (Divulgação/MP)

Na manhã de terça-feira (09), um homem foi preso em um condomínio de luxo na cidade de Itu, durante a Operação “Fim da Linha”, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Militar e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo informações do MP, a operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão contra dirigentes das empresas de ônibus da capital Transwolff e Upbus. Eles são suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de Itu, os mandados foram cumpridos em outras cidades paulistas. Foi ainda autorizado judicialmente o sequestro e bloqueio de bens dos alvos que somam mais de R$ 600 milhões.

Investigação

Durante quase cinco anos de investigação, os promotores do Gaeco reuniram indícios de que as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes.

As suspeitas de que o crime organizado estava infiltrado no transporte público de São Paulo vêm desde os anos 1990, quando parte do sistema era operado por perueiros clandestinos, que faziam o trajeto entre os bairros mais afastados e os terminais de ônibus.

No ano de 2003, a Prefeitura de São Paulo, transferiu a operação das linhas para a iniciativa privada. Parte do sistema ficou com as grandes empresas de ônibus e os itinerários mais curtos passaram a ser feitos por cooperativas. A maior delas era a Cooperpam, com sede na Zona Sul.

 Ainda segundo o MP, ao longo dos anos, os dirigentes cooperativa montaram uma empresa e passaram a pressionar e até ameaçar os cooperados a transferir o controle da cooperativa para essa outra companhia, chamada de TW ou Transwolff.

Já em 2013, quando o primeiro contrato de permissão da Prefeitura de São Paulo  chegou ao fim para todas as empresas, a Transwolff conseguiu assinar um contrato emergencial, que foi prorrogado durante anos, devido a um impasse no processo de concessão. Seis anos depois, a Prefeitura assinou 32 contratos para a concessão das linhas de ônibus da cidade, por um prazo de 15 anos.

No caso da Upbus, o Ministério Público afirma que os diretores integram a cúpula da facção criminosa. Um dos donos da empresa era Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”. Ele foi assassinado e degolado em dezembro de 2021. A cabeça dele foi deixada em uma praça do Tatuapé, na Zona Leste.

Os promotores descobriram que outros chefes da facção criminosa faziam parte da direção da Upbus. Dois deles aparecem entre os sócios: Alexandre Salles Brito, chamado de Buiú, e Claudio Marcos de Almeida, o Jango. Eles já foram alvo de investigação por crimes graves como homicídios, tráfico de drogas, sequestros e roubo a bancos.

Parentes dos investigados também entraram para a sociedade. Segundo a investigação, eles têm profissões ou exercem atividades econômicas incompatíveis com o capital investido na Upbus.

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