Itu: mudança no itinerário de linhas de ônibus causa descontentamento

“Periscópio” foi às ruas a pedido da população para ouvi-la. Alterações promovidas no início da semana não repercutiram bem

 “No meu ponto de vista, não vejo nenhuma vantagem nessas mudanças de itinerário, já que eles retiraram do trajeto ruas importantes”, disse ao “Periscópio” a técnica de enfermagem Elizangela Santos, de 38 anos, a respeito das mudanças no itinerário de algumas linhas de ônibus promovida pela Viação Itu no começo desta semana, que afetaram as linhas 15, 16 e 17 (que foram unificadas na 18 – São Camilo/Itaim) e a linha 8 – Aeroporto/Vila Progresso.

Ela é uma das pessoas que entraram em contato com o “Periscópio” para mostrar o descontentamento com as alterações. A reportagem foi às ruas após receber diversas reclamações através de seus canais de comunicação. Pelo WhatsApp do JP, a auxiliar de escritório Beatriz Ferreira da Silva, de 20 anos, também critica.

“Pego o 8 no Rancho Grande para ir trabalhar e, pelo que notei, parece que tem menos ônibus circulando, pois todo dia nos horários das 7h da manhã até as 8h ele está indo lotado demais. Acredito que seja pela mudança de horário. Fora que temos que descer no Quartel e seguir reto até chegar ao Centro, o que não acontecia antes, Complicou muito”, conta a jovem.

Os usuários também estão reclamando da demora entre um ônibus e outro. “Não gostei dessa mudança. O ônibus demora demais para passar e estou ficando 30 minutos a mais dentro dele porque fica dando muitas voltas”, relata a auxiliar de produção Ana Cristina Pereira, de 31 anos. “Está muito demorado. Meu marido tem que sair mais cedo de casa para chegar no horário no trabalho”, aponta a diarista Lucimara Lima, 34 anos.

 

Viação responde

A reportagem do “Periscópio” também entrou em contato com a assessoria da viação Itu e Avante. As empresas apontaram que não houve diminuição no número de ônibus por linha. “Ao contrário, fizemos algumas alterações em linhas e, como ocorre quando são feitas alterações, as concessionárias estão ouvindo os clientes e fazendo os ajustes necessários. Um exemplo é a ampliação do atendimento aos estudantes que moram no São Camilo e estudam na Vila Lucinda. Foram colocados carros extras nos horários das 06h10 e 11h30, com saídas da rodoviária, e previsão de passagem no São Camilo às 06h40 e 11h55, respectivamente, com destino à Vila Lucinda”, complementa o diretor de Comunicação das empresas, Paulo Barddal.

Ele ainda afirmou que a nova linha 18 atende os antigos horários, mas com uma alteração significativa desde quinta-feira (3), quando as concessionárias, atendendo solicitações dos usuários, fizeram ajustes nas linhas 18 e 2. “A linha 18, por exemplo, passou a atender os estudantes da escola Cesário Motta, pois o itinerário incluiu a Rua Thomaz Simon. Colocamos mais ônibus que saem do bairro Itaim, às 6h35 e às 11h35, para atender os horários nos quais os veículos estavam trafegando com maior número de passageiros”, afirma Barddal.

O diretor ainda comunicou que as empresas estão abertas a fazer novas revisões de acordo com as solicitações dos usuários. “Quando divulgamos a informação sobre a alteração, também salientamos que estamos abertos às sugestões que, após analisadas, seriam colocadas em prática, o que ora está acontecendo”, apontou, informando ainda que novas alterações em outras linhas não estão previstas no momento.

José Carlos Torrijo, 62 anos, motorista – “Pego a linha 8 e para mim não alterou em nada a mudança do itinerário”.

 

Elizabete Cardoso Rogeri, 53 anos, dona de casa – “O 8 está dando muitas voltas. O tempo que seria para estar no Centro resolvendo as coisas estamos dando volta na Vila Progresso. Sem contar que tem que descer na rodoviária para vir ao Centro. Para a gente que tem saúde, tudo bem, mas e quem não tem? Ao invés de melhorar a situação, piorou. Um ônibus para passar em quatro, cinco bairros é complicado. Tinha que voltar ao que era antes”.

 

Carmo dos Santos Oliveira, 60 anos, operador de máquina – “Pioraram os horários e o preço das passagens. Outra coisa ruim é que o ônibus anda muito mais agora. Demoro para chegar em casa”.

 

Israel Gonçalves de Lima, 45 anos, lavrador – “Para mim piorou tudo. Aumentou a passagem e agora tenho que andar mais para esperar a linha 8. Antes podia esperar no Mercadão, agora tenho que vir para a Praça do Quartel. Isso sem falar que, dentro do ônibus, fico ‘rodando’ mais”.

 

Ana Maria Dias, 71 anos, aposentada – “Não achei nada interessante essa mudança. Agora demora uma hora do São Camilo até o Regente. Quando tinha o 16 e 17 era muito melhor”.

 

Rosália de Ávila, 59 anos, faxineira – “Usava as linhas 16 e 17, agora para chegar até o bairro Vila Lucinda é muito difícil. As mudanças que foram feitas pioraram e muito a minha situação”.