O poder da psicologia

Nunca antes a ciência que estuda o comportamento e as funções mentais foi tão imprescindível ao ser humano como agora. Entenda o motivo

Neste domingo (27) é celebrado Dia do Psicólogo, em homenagem a data da regulamentação desta profissão no país, através do Decreto de Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1964. Em tempos em que as doenças relacionadas à mente humana estão cada vez mais evidentes, a importância do profissional só aumenta.

Só para se ter uma ideia, segundo dados mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), os casos de depressão aumentaram quase 20% na última década, tornando-se na maior causa de incapacidade no mundo. Ainda de acordo com a entidade, o número de pessoas com depressão chegou, em 2015, a 322 milhões – número que poderia ser menor caso as pessoas procurassem mais a ajuda de um especialista. Neste caso, de um psicólogo.

Afinal, a função do psicólogo é trabalhar nas queixas associadas aos conflitos internos do paciente, que invariavelmente geram incômodos ao próprio ou às pessoas do seu universo de relacionamento – como amigos e companheiros. O psicólogo, então, vai à busca das origens dos incômodos, entendendo suas funções. Porém, muitos acabam não procurando auxílio por conta da falta de informação e medo do estigma.

“A depressão afeta a todos nós. Não discrimina por idade, raça ou história pessoal. Isso pode prejudicar os relacionamentos, interferir na capacidade das pessoas de ganhar a vida e diminuir seu senso de autoestima”, disse no início do ano a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne. “Mesmo a depressão mais grave pode ser superada com o tratamento adequado. E o primeiro passo para obter tratamento é conversar”, acrescentou.

A psicologia atual pode fornecer um tratamento efetivo desde que o individuo com depressão dê o primeiro e mais importante passo para a cura: o reconhecimento de que possui a doença e a procura de auxilio psicológico para o tratamento. Por isso, o papel do psicólogo é cada dia mais importante.

 

A história da psicologia

Desde a antiguidade, pensadores, filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza humana – a percepção, a consciência e a loucura. Apesar de teorias “psicológicas” fazerem parte de muitas tradições orientais, a psicologia enquanto ciência tem suas primeiras raízes nos filósofos gregos, mas só se separou da filosofia no final do século XIX.

O primeiro laboratório psicológico foi fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm Wundt, em 1879. Ao longo dos anos, a psicologia foi evoluindo e ganhando novas vertentes. Já na década de 1920 foram elaboradas teorias da psicanálise pelo austríaco Sigmund Freud. Esta teoria não foi bem aceita na sua época, pois os demais psicólogos acreditavam que lhe faltava rigor empírico. Porém, hoje, sua teoria é de grande influência na psicologia.

Outras teorias posteriormente desenvolvidas buscavam problematizar algumas das vertentes e passaram adaptar as teorias não apenas à área clínica. Um exemplo das vertentes da segunda parte do século XX é a psicologia conexionista, a qual adiciona os conhecimentos produzidos na linguística, tendo como um dos influenciadores Noam Chomsky.

 

Grandes nomes da psicologia

 

Sigmund Freud

Quando as pessoas pensam em psicologia, muitos tendem a pensar em Freud. Seu trabalho é apoiado na crença de que nem todas as doenças mentais têm causas fisiológicas e ele também ofereceu evidências de que as diferenças culturais têm um impacto sobre a psicologia e comportamento. Sua obra e escritos contribuíram para a nossa compreensão da personalidade, psicologia clínica, desenvolvimento humano e psicologia anormal.

 

William James

O psicólogo e filósofo William James é muitas vezes referido como o pai da psicologia americana. Seu texto “The Principles of Psychology” se tornou um clássico sobre o assunto e os seus ensinamentos e escritos ajudaram a estabelecer a psicologia como uma ciência. Além disso, James contribuiu para o funcionalismo, pragmatismo e influenciou muitos estudantes de psicologia durante a sua carreira de professor de 35 anos.

 

Kurt Lewin

Lewin é conhecido como o pai da psicologia social moderna por causa de seu trabalho pioneiro que utilizou métodos científicos e experimentação para olhar como um comportamento social. Lewin era um teórico seminal cujo impacto duradouro sobre a psicologia faz dele um dos psicólogos mais proeminentes do século XX.

 

Jean Piaget

A obra de Jean Piaget teve uma profunda influência sobre a psicologia, especialmente a nossa compreensão do desenvolvimento intelectual das crianças. Sua pesquisa contribuiu para o crescimento da psicologia do desenvolvimento, psicologia cognitiva, epistemologia genética e reforma da educação.