O Protetor 2

Por André Roedel

Continuação do longa-metragem de 2014, O Protetor 2 (The Equalizer 2, 2018, Sony Pictures) volta com o astro Denzel Washington na pele do ex-agente secreto Robert McCall. E no mesmo ritmo frenético do primeiro, mesmo sendo introspectivo em muitos momentos. Cheia de cenas de ação poderosas, a produção tem ótimas sacadas e é visualmente bem interessante – apesar de pecar em alguns aspectos de roteiro e na cadência da trama no segundo ato do filme.

O sessentão e premiado ator incorpora bem o personagem principal, um meticuloso sujeito que gosta de ajudar as pessoas oprimidas pelas mais terríveis vilanias. Assim como no primeiro filme (baseado na série de televisão homônima dos anos 1980), ele passa por “missões menores” – no melhor estilo fase de videogame – para depois encarar o “desafio final”.

E todas as cenas de ação são muito bem coreografadas e filmadas pelo competente diretor Antoine Fuqua (de Dia de Treinamento), embarcando também na onda de filmes como John Wick. O cineasta sabe filmar nas ruas, mostrando um olhar mais cru e humano das coisas. A visão dele da cidade de Boston (EUA) é extasiante, assim como o enquadramento de suas cenas.

Além do capricho estético, O Protetor 2 conta com uma narrativa interessante. A história do justiceiro McCall é aprofundada nessa continuação. Assim, o espectador conhece mais do íntimo do personagem – coisa que não foi tão mostrada no primeiro longa. Porém, ainda deixa sua aura de mito e deixa muito para uma possível terceira parte da história.

Pra mim, a grande falha do filme é se perder no segundo ato – apesar de se reencontrar no terceiro. A metade da obra é confusa e com um ritmo dissonante. O período marca exatamente o começo da grande missão de McCall, que terá que resolver o mistério de quem matou a sua amiga Susan (Melissa Leo).

O elenco ganha a adição do bom Pedro Pascal (que é mais conhecido pela série Narcos), na pele de um agente que trabalhou com o protagonista antes deste ser dado como morto. Me incomoda um pouco a atuação dele neste longa, porque ele parece fazer o mesmo papel de sempre – o que acaba comprometendo o desenrolar da trama se você conhecer o histórico dele.

No mais, O Protetor 2 entrega uma boa pancadaria e com momentos dignos, como a ótima tomada final e um lindo diálogo entre Denzel Washington e o jovem ator Ashton Sanders (de Moonlight: Sob a Luz do Luar). Poético. Se você curte filmes ao estilo “Domingo Maior”, vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

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